21.10.08

Mudar não é fácil. Não é a simples e imediata consequência da vontade. Mudar é um rito de passagem, como o nascimento ou a morte. Acontece de uma vez, mas é cercado de consequências e ecos que se propagam por algum tempo.

Mudar também é uma sensação esquisita. Especialmente quando significa abrir mão de coisas que sempre foram tão importantes, fazer concessões e abandonar metas impossíveis em favor das viáveis. Hoje me tornei viável, e isso é muito reconfortante, apesar de me sentir um pouco estranho. Preciso entender que não "amoleci," nem perdi nada de ultra valioso. Que certas posições radicais ou dão resultado cedo, ou nunca mais. E que se eu não alcancei alguns objetivos na vida ainda, é melhor desistir de tentar, sob pena de perder muito mais tempo caçando moinhos de vento.

É ruim também ter que escolher o que levar e o que deixar para trás, mas como não posso levar tudo, tenho que ao menos conseguir levar algo, ou vou ficar para sempre amarrado aos meus destroços, muito grandes para carregar comigo, e muito importantes para serem abandonados. Hoje foi um dia de escolhas, dessas que ninguém deveria ter que fazer. Mas eu fiz. E estou tentando muito me sentir feliz pelo que mantive, e não arrasado pelo que perdi.


Wind

14.10.08

Enquanto escrevia esse GIGANTESCO post, ele se tornou uma espécie de continuação do post do dia 6. Digamos que eu juntei minhas tranqueiras e já estou fazendo uma jangada ;)

A coisa mais estranha aconteceu nos últimos dias. Estranha não, até que era esperada. Mas foi intensa, e foi diferente de como eu imaginava que seria.

Como sempre acontece depois que a vida me dá uma porrada, eu me tranquei em um casulo para tentar reencontrar meu centro. Foi difícil, como sempre é. Passei por todos aqueles estágios horrorosos - raiva, depressão, negação, euforia - e não me orgulho de algumas coisas que fiz e nem falei, mas também não me envergonho. Não acho que muita gente no mundo reagiria melhor do que eu reagi, e grande parte das pessoas reagiria muito, muito pior.

Mas como qualquer casulo, o meu também serviu para me transformar em algo completamente diferente. Reavaliei os últimos anos da minha vida e cheguei a algumas conclusões óbvias, e outras surpreendentes. Ao menos para mim. Foram essas descobertas que me fizeram assumir algumas mudanças radicais de postura, e que estão me fazendo muito bem e me deixando muito feliz.

Não costumo fazer isso, mas vou falar diretamente do meu casamento, porque é a chave para a compreensão de tudo. Quando conheci a Jô, eu estava numa fase excelente da vida, tinha começado o tratamento de TDAH há 6 meses, emagrecido 14 quilos, passado em um concurso público federal que tinha UMA vaga... tudo naquela época era possível, as possibilidades eram ilimitadas. E o início da minha relação com ela não foi diferente. Tudo era correto, em níveis bem mais elevados do que os costumeiros para um relacionamento. Tudo parecia tranquilo de encarar, fácil de solucionar, e eu realmente acreditei que isso seria sempre assim. Claro, nunca me enganei, sei que as pessoas mudam com o tempo, e que relacionamentos longos dependem de mudanças razoavelmente sincronizadas e na mesma direção. Além de uma boa dose de esforço e tolerância, claro. Mas naquela época nós tínhamos tudo isso, de sobra.

Outra coisa que eu sabia muito bem era que em algum momento eu iria atingir meus limites de verdade, e que aí as coisas passariam a ser difíceis de novo, só o que mudaria seria a quantidade de coisas que eu podia conquistar antes de precisar de um descanso. E que nem todos os problemas da minha vida se resumiam ao TDAH.

O que eu não sabia na época, e foi uma constatação recente e amarga, era que simplesmente saber dessas coisas não me fazia automaticamente capaz de lidar com elas. Ou mesmo capaz de perceber quando elas estivessem acontecendo. Esses problemas praticamente me estapearam na cara nos últimos 3 anos, e eu não percebi. E quando percebi, não soube o que fazer. Fui lentamente sendo sufocado e afogado por eles, até que cheguei a um ponto inacreditável em que eu era quase uma sombra, isolado e acorrentado pelos meus próprios fantasmas.

Quando o casamento explodiu, em junho desse ano, eu não consegui acreditar. Demorou para assimilar, para entender o que tinha acontecido. Muito foi discutido sobre causas e consequências, mas a verdade mesmo é que eu estava cego. E nem mesmo ter lido o Ensaio Sobre a Cegueira, do Saramago, pouquíssimo tempo antes da hecatombe me deu o estalo. Foi necessário encarar merda atrás de merda para finalmente acordar para a verdade acachapante. E a verdade é muito simples:

Eu me recusei a crescer.

Do alto da minha arrogância de quem sempre foi um adolescente muito mais maduro do que o resto, eu simplesmente parei no tempo e continuei sendo um adolescente maduro quando deveria ter virado um homem. Meu casamento foi o triste retrato disso. O tempo todo, encarávamos ele como o mesmo projeto pensado por nós dois aos 22 anos de idade, no auge da paixão. Era brincar de casinha. A prova mais evidente disso era a forma como encarávamos a própria festa do casamento. Nunca marcamos data, nunca priorizamos, nunca realmente nos comprometemos a dar esse passo. E não houve um culpado, foi só a forma como nós fizemos. E eu só posso evidentemente avaliar o meu lado da responsabilidade aqui no blog.

Não sei sinceramente o que me ancorou tanto. Não sei se foi o fato da Jô estar chegando ao Rio e passando pelas mesmas coisas que eu passei quando vim pra cá, aos 17 anos, que me fez ficar preso numa reprise do início da minha juventude. Não sei se foi o fato de ter entrado tarde na faculdade e estar cercado sempre de gente 5 anos mais nova que eu, enquanto ao mesmo tempo trabalhava em um lugar cercado de gente pelo menos 10 anos mais velha. Aliás, esse foi meu grande erro, ter passado tanto tempo me sentindo um estagiário, um moleque, no meu próprio ambiente de trabalho. Ainda não consegui quantificar o prejuízo que esse comportamento me causou, mas foi devastador.

O fato é que essa separação dolorosa me jogou no fundo do poço, e por uns bons meses eu simplesmente tentei voltar aos meus 22 anos de idade, viver no passado mesmo. Só que eu não pertenço mais a esse mundo. Não posso me enganar que as menininhas de 19, 20 anos de hoje vão olhar uma foto minha fazendo pose no Orkut e me achar gato. Não posso me enganar que frequentar comunidades de videogame e bandas de rock vai me trazer qualquer interação social que não a de um tiozão maneiro. Só tenho 27 anos, claro, mas a verdade é que pessoas da minha idade não estão socializando mais na internet toda noite. Estão começando a constituir família, estão se focando no trabalho, em criar filhos pequenos... fazendo todas as coisas que eu por tanto tempo me esquivei de fazer. A grande movimentação de volta ao círculo social acontece lá pelos 40, então meu comportamento atual me deixa praticamente no limbo.

Essa constatação amarga me fez finalmente entender o que me deixou tão mal a ponto de ruir um casamento que tinha tudo para dar certo. Não foi minha incapacidade química, ou minha incapacidade social, ou física, nada. Foi minha incapacidade psicológica de abandonar os bons anos da minha vida e encarar a vida adulta de frente. De abandonar minha mentalidade de garoto e mudar meus conceitos, que por tanto tempo eu tive como minha "identidade." E sim, é muito estranho um aquariano resiliente a mudanças, mas esse sou eu. Resistente até o fim, mas sempre radical na transformação.

Foi só quando percebi que já se iam 10 meses fazendo natação regularmente, através dos meses mais intensamente massacrantes da minha vida até o momento, que eu tive a capacidade de abandonar essa "identidade" que eu mantive por teimosia e aceitar que eu sou outro. Outro corpo, outra cabeça, outra idade, outras fraquezas e outras forças. Chega de viver como se 2004 nunca tivesse acabado (e foi isso que eu fiz esse tempo todo).

Não estou obviamente dizendo que vou mudar meu círculo social ou meu comportamento para com as pessoas, eu sempre serei eu. Mas podem acreditar que, por dentro, está ocorrendo uma mudança muito grande. Deixei de achar que eu sou o que como, o que visto e o que faço. Eu sou o que sou, e eu não tenho vergonha de encarar o mundo de cara limpa. Essa mesma cara de bochechas já meio caídas, de olheiras fundas, de pele manchada. Nada disso me incomoda, porque o olhar e o sorriso permanecerão para sempre.

E a primeira mudança radical de postura vai ser em relação ao trabalho. Chega de me isolar aqui. De me comportar como se não pertencesse, de evitar formar laços porque a qualquer momento eu posso sair fora. É claro que posso, mas não estou me ajudando fazendo o tipo gênio-problemático. Não, vou parar de reagir explosivamente, vou falar o que tenho que falar olhando nos olhos e com voz firme. Vou, sim, me defender da política de escritório porque o problema é meu, e não do mundo que não presta. Vou assumir desafios, responsabilidades, e vou tomar as rédeas das coisas quando elas começarem a degringolar ao meu redor. Nunca mais vou ser vítima, e nunca mais vou aceitar as merdas que me servem de colherinha aqui como fatos inevitáveis. Ontem já botei isso em prática e juro que é tão eficiente que estou praticamente dando uma virada de mesa aqui hoje, e fazem só 24 horas que eu comecei!

Também já estou aplicando isso à vida pessoal. Estou controlando meus gastos na ponta do lápis, e quem me conhece sabe que eu NUNCA fiz isso, sempre julguei que eu era "incapaz." Mas não sou, só tenho dificuldade. Assim como tinha dificuldade de fazer exercícios e dieta, e no entanto estou aí fazendo e não tem ninguém me cobrando ou nenhuma recompensa para mim no final a não ser meu próprio bem. Decidi aplicar isso a finanças também. E embora seja triste ter a consciência de que eu simplesmente não tenho como comprar muitas coisas que preciso (ou mesmo terminar a obra do apartamento), estou muito orgulhoso de ter passado quase um mês inteiro sabendo exatamente quanto dinheiro eu tenho, quanto posso gastar, e quanto vai sobrar. Acreditem, é muito frustrante ter que pensar que ganhar na loteria é a única forma "possível" de equilibrar as contas. Não quero isso nunca mais.

E principalmente, estou me dando mais atenção MESMO, fazendo as coisas por mim, coisa que eu não fazia desde o curto período entre iniciar o tratamento de TDAH e conhecer a Jô. Chega de procurar alívio em contatos sociais fúteis com pessoas desconhecidas ou que não valham a pena. Nos primeiros meses depois da separação eu estava quase um junkie. E obviamente que, independente de quanta gente você conheça ou paquere, o vazio nunca some, e você pode até estar eufórico em um momento, mas deitar a cabeça no travesseiro quebra qualquer euforia. Uma vez, alguém me disse que os contatos sociais que valem a pena são os que você inicia sendo você mesmo, indo a lugares que você gosta e fazendo coisas que aprecia. Há pouco tempo, no auge da depressão, eu achava que ia demorar muito até eu estar novamente bem comigo mesmo o suficiente para atrair esse tipo de acaso. Mas agora acho que não vai demorar não. Eu só tenho que parar de insistir no caminho errado.

Claro que essas mudanças de postura não são assim instantâneas. Ainda estou passando pelo aftermatch do furacão que me atropelou, ainda estou sujeito a fraquezas e tristezas. Mas o que importa é que eu realmente acredito em tudo o que escrevi. Acredito porque faz sentido. Porque explica muita coisa, porque amarra pontas soltas, e porque eu não tirei isso da minha bunda, eu passei por muita coisa pra chegar a essas conclusões.

Então, se alguém aí ainda tá lendo, me deseje sorte! Estou içando a âncora rumo ao horizonte outra vez.


Wind

11.10.08

Acho que ainda não comentei no blog, mas em fevereiro desse ano voltei a fazer natação. Sempre soube que precisava fazer exercícios regularmente, porque mesmo em jejum completo eu só emagreço com atividades físicas, mas vários fatores me desanimavam. O principal sendo a quantidade de merda que dá quando eu faço exercícios de impacto. Se eu estou gordo, o atrito das coxas acaba comigo. Se estou magro, meu joelho fodido ou um treco que eu tenho nas ancas me machucam durante o treino. Então nunca consegui manter uma rotina de exercícios por mais do que 2 meses.

Não sei por que cacetes eu passei tanto tempo sem cogitar natação. Sempre fiz natação desde pequeno e sempre gostei, mas como natação infantil acaba sempre descambando para treino de competição, e como eu obviamente sou péssimo para competições esportivas, acho que peguei um ranço e deixei pra lá. Até que, no início desse ano, me deu essa idéia e eu fui atrás. Descobri que tem uma academia com piscina aqui do lado de casa, matriculei e comecei, assim de impulso.

E hoje, para minha surpresa, estou completando 10 meses de natação regular. Salvo dois meses - março e agosto - em que eu saí de férias e dei uma desaquecida, tenho conseguido ir nadar toda terça e quinta (e eventualmente sábado, quando não viro a noite na balada de sexta) às 7 da manhã, sem grandes dramas, mesmo durante a minha recente crise de depressão. E em nenhum momento meu corpo reclamou - pelo contrário, estou começando a entrar naquela fase em que o corpo pede o exercício. Se falto a uma aula de natação chego a perder o sono, ansioso para repor o prejuízo.

A perda de peso, como sempre, está ocorrendo muito lentamente (triste metabolismo esse meu, que pra perder 3 kg leva quase um ano de trabalho intenso e dedicado, mas pra engordar 3kg só precisa de uma semana de descontrole), mas os músculos estão tonificando agora bem mais do que na época em que eu puxava ferro, em 2003. E de forma mais consistente, porque natação não incha.

De dois meses pra cá, apesar de não ter ido em nenhum nutricionista (sou total paciente do Google Doctor, hahahahahha), comecei a fazer umas alterações pontuais nos meus hábitos alimentares e acho que os resultados estão sendo bons. Tentei não mudar muito porque toda mudança radical de dieta que eu tentei na vida, apesar de dar bons resultados, ficava insustentável depois de um tempo. Gosto muito de comida para viver restrito a um cardápio fixo, heheheheh. Mas estou, por exemplo, tomando um complexo nutricional (tipo Centrum) todo dia pra diminuir a necessidade de ficar balanceando cardápio diáriamente, até porque eu sou péssimo nisso, e o fato de comer em restaurante não ajuda. E acho que eu tinha mesmo alguma deficiência nutricional, porque desde que comecei a tomar o complexo eu tenho sentido menos fome.

Também estou tomando uma "bomba" termogênica depois de cada treino (pó de guaraná, xarope de guaraná e proteinato), e faz uma diferença incrível. E por fim, a crise financeira doméstica que eu estou atravessando me fez começar a comer bem menos no almoço e a cozinhar meu próprio jantar. A diferença dessas medidas para outras que eu tomei no passado é que essas parecem muito mais tranquilas de manter indefinidamente, ou seja, não estou encarando isso como uma dieta passageira para chegar a uma meta de peso. Posso facilmente viver o resto da vida assim e não vou sentir que estou perdendo nada.

E hoje bati meu recorde do ano na piscina. 2400 metros em 1 hora. Claro que é pouco pra quem nada há muito tempo, mas pra mim é um avanço palpável (demorei 2 meses pra consegui fazer 1600m no mesmo intervalo de tempo). E também senti hoje, pela primeira vez, que estou entrando naquela fase da prática de exercícios em que o esforço praticamente some e que a endorfina faz você se ultrapassar seus limites pelo prazer, e não pela superação. Agora já estou até começando a incluir a natação nos meus planos de férias, porque não quero ter que passar 2 semanas sem cair numa piscina nunca mais, hehehehehe.

Então é isso. Estou muito orgulhoso de mim mesmo, orgulhoso de estar mantendo esse hábito há tanto tempo, sem transformar em um projeto, sem fazer estardalhaço, só indo lá e nadando. E me sentindo bem.

8.10.08

Rápido update sobre meu projeto da scooter:

Hoje finalmente foi a última biometria (tive que ficar mais 2h enrolando em Ipanema esperando dar horário de aula) e embora ainda faltem 5 aulas práticas efetivamente, meu exame já está marcado pro dia 21. De Novembro. Era o mais cedo que tinha, mas pelo menos consegui não cair pra Dezembro.

Mas por outro lado, tanto faz. Desisti de comprar a Scooter por hora. Economia doméstica insustentável, falta de lugar pra estacionar e crise monetária internacional acabando com os preços de financiamento foram suficientes para fuder o barraco. Fail. Um dia quem sabe.

6.10.08

Uma vez, quando eu tinha coisa de 4 ou 5 anos de idade, meu pai me conta que uma vez cheguei contrariado do colégio e, quando ele me perguntou o que tinha acontecido, eu disse que queria sair da escola porque eu já sabia tudo. Claro que eu só estava tendo dificuldades em aceitar o ritmo mais lento de aprendizado do resto da sala, entendia as coisas logo de primeira e ficava entediado o resto da aula enquanto as professoras repetiam várias vezes a mesma coisa. Mas a minha sensação naquela época era sincera. De que eu já sabia tudo que existia para se saber e podia seguir com minha vida.

O que é o oposto do que eu sinto hoje em dia. Quanto mais o tempo passa, mais as coisas se desenrolam de forma inexplicável para  mim e mais eu percebo que não entendo de nada, nem do que eu tinha certeza entender. Mais e mais eu sinto que nada do que me falam, do que me ensinam, do que me afirmam, nada é correto. Mesmo as coisas que eu aprendo através da experiência, do método científico, se provam incorretas a longo prazo. E nesse ambiente volátil e imprevisível, eu estou sempre tomando na cabeça por fazer planos, projeções, e criar expectativas.

Antigamente, antes da Ritalina, eu era incapaz de responder a qualquer pessoa aonde eu pretendia estar em 5 anos. Ou em 1 ano que fosse. 6 meses! Eu respondia que não sabia nem se estaria vivo na semana seguinte. E era verdade - depois da infância itnerante que eu tive, era uma imensa dificuldade projetar qualquer coisa para o futuro. Tudo sempre mudava completamente em 2 anos no máximo.

Depois que tomei as rédeas da minha vida e depois de um período de adaptação, me certificando que nada mais mudaria drasticamente contra minha vontade, eu comecei a construir um futuro e realmente fazer planos e projeções para os anos vindouros. Me sentia seguro e amparado, e certo de que eu sabia o suficiente do funcionamento das coisas para ousar traçar uma rota e seguí-la até o fim.

E de repente, depois de tanto tempo, uma tempestade maluca vinda do além virou o barco, quase me afogou, e me jogou junto com os destroços para algum lugar desconhecido e de onde eu não sei como sair. A rota que eu seguia foi tão obliterada que eu não sei nem mais pra que lado estou apontando. Eu achei que sabia navegar. Fiz tudo direitinho, segui todas as regras, li todos os sinais. E agora sou só um náufrago esperando resgate, mas sem fazer idéia de pra onde devo ir - ou voltar.