17.12.02

Still alive, povo. As férias não têm sido tão feriosas (uia, inventei uma palavra! E horrorosa por sinal!!) quanto eu esperava, mas paciência. Cozinhar pra família é terapêutico. Paquerar como se fazia em mil oitocentos e guaraná de moringa e não conseguir nem um beijinho no rosto também. Descobri que embora os comments não apareçam, eles continuam indo pro meu e-mail normalmente, contanto que quem o tenha postado tenha colocado um endereço de e-mail válido. Então podem continuar comentando que eu acabo lendo, e se o que o Thoth falou estiver certo, estão sendo guardados no banco de dados também, e podem ser recuperados num futuro distante quando eu tiver saco de revisar o código. Quem sabe.

Enquanto isso, continuo lutando contra o ouvido inflamado, fazendo planos frustrados de ir no Sushi e tocando violão pacaraio aqui. Life goes on, easily. C ya when I get there, guys.

Peace.


Wind

12.12.02

Oi povo. Não morri. Estou de férias, bestando em Floripa, repensando a vida e principalmente, coçando muito saco. Os comments morreram pelo jeito, acho que cancelaram minha conta no provedor do meu ex-emprego. Por engano, espero. Mas de qualquer forma, muito provavelmente todos os comments passados foram pro caralho, e sinceramente eu não vou me estressar com isso. É a vida.

Apenas para constar, a visitante número 4000 foi a Déa e o brinde dela será providenciado :)

Não sei se o blog voltará a ter comments, e não sei com que frequência vou escrever aqui novamente (principalmente porque acesso a computador aqui é esparso, e quando eu voltar ao Rio não sei se terei saco), mas por enquanto o blog continua. Menos interativo, menos construtivo, e menos interessante. Mas tão inútil quanto antes.

Acho que é isso. Até mais povo.


Wind

1.12.02

Aliás. Agora tá perto mesmo. Prestem bem atenção no counter ali, e se você for o sortudo/sortuda a arredondar a conta pra 4000, deixe um comment avisando. Não vou estar no Rio, mas dou um jeito de acessar e ver...


Wind
Estou muito bolado. Hoje aconteceu uma coisa que demorou 8 anos para acontecer. O fim de algo que marcou minha vida. Pode parecer bobagem, mas eu fiquei extremamente órfão hoje. Já tive essa sensação algumas vezes, quando por exemplo uma série que você acompanha por anos chega ao fim, ou você termina um livro épico. Uma sensação de acordar de um sonho, uma sensação de fim de história. Foi o que aconteceu hoje.

Hoje finalmente eu vi o final de Final Fantasy 3.

É claro que eu não demorei oito anos para conseguir terminar. Eu joguei na época que saiu, cheguei longe, mas a fita era alugada, o dinheiro faltou, tive que devolvê-la, e aí nunca mais tive coragem de fazer tudo de novo desde o começo. Anos depois, consegui a ROM para pc, e tentei jogar outra vez desde o começo. Mas não tinha tempo, perdi os saves, sei lá. Só sei que não continuei.

Só que nesse último mês, não sei por que, eu entrei num frisson com jogos antigos, e decidi que ia terminar todos os jogos que eu nunca tinha terminado. Comecei por Jurassic Park do SNES, que eu havia tentado zerar 3 vezes, com 3 cartuchos diferentes, e os 3 eram versões piratas incompletas do jogo, e sempre travavam no mesmo ponto. Ok, eu era frustradíssimo com esse jogo, e vencê-lo foi delicioso. Mas ele nunca foi como FF3. Ele era um jogo de ação, primeira pessoa, tiro, essas coisas. FF é uma história. Uma história maravilhosa, que eu havia abandonado no meio e nunca soube o que acontecia no final.

Então, oito anos depois, eu finalmente assisti ao final do jogo. Depois de já ter jogado suas duas continuações (embora uma delas eu também nunca tenha zerado, mas porque o CD travou), que foram jogos bons mas nunca tiveram o charme, a grandiosidade, o carisma que o 3 (o sexto jogo da série, na verdade) tinha. Hoje, eu finalmente soube que fim tiveram aqueles 14 personagens com os quais eu me mesclei (literalmente) por tanto tempo.

E o final é LINDO. Lindo de uma maneira que os gamers de hoje não entendem. Não é lindo porque tem gráficos lindos (embora, para a época, aqueles tenham sido gráficos soberbos). Não é lindo porque o som é uma gravação pura e cristalina de uma orquestra com um coral gigante cantando em latim. O som é um sintetizador de 16 bits TOSCO, a música é um midi dos mais safados... mas é maravilhosa. Quem me conhece já me ouviu tocar ao piano algumas músicas desse jogo, e ficam realmente incrédulos ao saber que essas músicas maravilhosas nasceram de um cartucho de videogame. Ficariam ainda mais estarrecidos se se vissem, como eu me vi hoje, ouvindo essas mesmas músicas com a qualidade de som de uma aporrinhola, mas ainda assim sendo trazido às lágrimas.

É. Apesar do final ser basicamente feliz, eu chorei. Pra caralho. Chorei, porque como não podia deixar de ser, nem todos foram felizes para sempre. E a cena em que Shadow fica para trás porque está cansado de correr, a cena em que ele escolhe parar de fugir e morrer, é estarrecedora. Estarrecedora porque a música é grandiosa (imagine uma MIDI grandiosa. Não consegue? Nem eu conseguia, até hoje), a cena é comovente (mesmo que representada por bonequinhos cabeçudos com quase nenhuma articulação e absolutamente nenhuma expressão facial), e principalmente, POR QUE ELE NÃO TINHA QUE MORRER CARALHO!!! :~

Mas foi isso. Pra quem olha de longe, não é mais do que um bonequinho andando na tela ao som de uma midi. Mas pra mim, aquilo foi uma história longa (mais de 50 horas de jogo), envolvente, épica, que fez parte de mim e me impressionou muito quando moleque. E que hoje acabou.

E é triste, porque eu sei que dificilmente vou encontrar alguma coisa que tome o lugar dessa Fantasia na minha lembrança. Como eu disse, pode parecer uma bobajada enorme pra vocês.

Mas pra mim, foi muito sério.


"Baram! I'm gonna stop running! I'm gonna begin all over again..."
    - Shadow


Wind