27.7.02

Uma série de coisas não-relacionadas e pequenas demais para fazerem diferença sozinhas fizeram uma enorme diferença pra mim. Estou com uma sensação de desconforto constante. Como dizem por aí, parece que tem alguém pisando sobre meu túmulo. É estranho, não sei dizer. Parece que em algum lugar escondido dentro de mim eu estou chorando, mas eu não sei aonde, e só ouço os ecos dos soluços. E o pior é que eu pareço estar bem, mas ontem, por um segundo, eu agi com a convicção de alguém que não tem nada a perder. Quase me meti numa briga de graça. Acho que eu fui lá querendo brigar. No fim das contas, acabei ganhando a parada sem precisar sair no tapa - sorte minha, eram 3 playboys contra 1 eu - mas pela primeira vez em uma situação de confrontação, eu não estava tenso com a possibilidade de estancar porrada. Na verdade, estava contando com isso. Bizarro.

Preciso dar um jeito de controlar esse meu instinto sanguinário que aflorou agora de repente. O problema é que, ainda se a razão da minha melancolia fosse uma só, era fácil de resolver. Mas foram várias pequenas coisas, que não deveriam fazer diferença alguma. Mas fizeram.



Wind

23.7.02

Basta olhar em volta para notar a imensa escuridão em que caímos. Somos criaturas rastejantes, expulsas do paraíso, criando nosso próprio inferno. Nos encolhemos em nosso mundinho, cercado de nossos prórprios excrementos, repetindo baixinho que assim que é bom. Apenas para não ter que se levantar, sentir o peso do corpo, andar com as próprias pernas. Medo dos tiranossauros que vagam as ruas, medo dos monstros de metal engolidores de gente, medo da ira divina de algum Deus recém-inventado e mal-humorado. Comendo uns aos outros vivos por medo de entrar no pomar dos gigantes. Somos fracos, cegos, idiotas, medrosos, e ainda assim prepotentes. Escrotos. Membros de uma raça que já se extinguiu, mas esqueceu de morrer.

Mas ainda assim, uma vez ou outra, um facho de luz branca e límpida nos acerta o rosto, uma lufada de ar puro ultrapassa nossas barreiras, ignora nossa insensatez, e traz um pouco de vida melhor para cada um, de esperança, de compaixão, de glória:

A Rádio Mania FM parou de tocar pagode e passou a tocar ROCK!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!


Existe salvação!!! :DD Tudo tem conserto!!!! :DDDD Tudo pode ser!!!!! Meu salário pode aumentar!! O Lula pode ser presidente!!! O Oriente-Médio pode alcançar a paz!!!!!!!!! BRASIL, HEXACAMPEÃO!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!


Perdoem o susto, leitores. O autor está em êxtase.



Wind.
É. Aqui estou eu, com sono, gripado, com dor de cabeça, com fome, sem grana, me recuperando de um teste desastroso de CVGA, e de mau humor.

E não posso trabalhar porque o servidor caiu e ninguém faz idéia do porquê. E também não posso ir embora porque a empresa está sob auditoria, e eu tenho que estar na mesa com cara de quem trabalha pacas.


Se eu fechar os olhos e bater três vezes os calcanhares, será que isso acaba?




Wind
Não se preocupe, minha querida flor à beira do inverno. Eventualmente, apesar - e em virtude - dos mútuos esforços contra, eventualmente eu me torno você e você se torna eu. Como sempre soubemos que iria acontecer. Inesperadamente.


Enigmático de Cerveja,



Wind

21.7.02

Apenas uma coisa que eu aprendi há um tempo atrás, e lembrei agora não sei por quê:


Nunca perca tempo tentando esconder seu lado ruim das pessoas. Isso só faz com que a decepção e o choque sejam maiores quando ele inevitavelmente aflorar, mais tarde. Ao invés disso, espere pela pessoa que vai aceitá-los e permanecer com você mesmo sabendo que você é uma "pessoa difícil". Em todo caso, esteja preparado para morrer sozinho.



Wind

17.7.02

Estou tentando vencer a minha preguiça de desenvolver aqui os assuntos que eu penso durante o diai... Culpa do sono, já disse... mas se esse povo comentasse, nem que fosse um "eu li viu?" eu teria mais vontade de escrever. Afinal eu escrevo esse blog pra vocês, galera. Se fosse pra ser só pra mim, não faria sentido ele estar na WWW :P

Enfim, hoje aconteceu algo digno de comentário. Sempre acontecem coisas dignas de comentário, mas essa eu realmente fiquei com vontade de escrever. Complementa aquele meu texto sobre comportamentos que me irritam. Daquela vez eu havia dito o quanto eu odeio quando me criticam na frente de outra pessoa, especialmente quando não é uma crítica construtiva e sim uma reclamação. Disse também que ainda pior era quando me criticavam PARA a outra pessoa, na minha frente, como se eu não estivesse ali, como se estivessem discutindo o comportamento de um animal de estimação.

Pois é, mas hoje eu consegui definir qual é pior, a mais irritante, dessas situações. É quando me criticam para aparecer.

Aconteceu de ir almoçar com amiga minha hoje, como eu faço às vezes, e ela estar acompanhada de uma colega da faculdade dela. Eu gosto muito da menina, mas ela tem um protocolo social expansivo que às vezes me irrita. Acho que todo mundo conhece alguém assim, que quando está só com você é um amor de pessoa, mas quando está em público veste uma máscara irritantemente nojenta. Pois é. Essa minha amiga gosta de chamar atenção, e o recurso mais básico que se usa quando se quer ser centro das atenções é fazer os outros rirem. Até aí tudo bem. Mas existem maneiras e maneiras de fazer os outros rirem. Algumas são boas, outras não. Uma das que NÃO são boas, apesar de muito eficiente, é ser sarcástico. O problema é que sarcasmo requer uma vítima.

Eu acho que todo mundo tem uma certa tendência de ser sarcástico, porque grande parte do humor das tiras de jornal, programas de tv, cartuns, etc, que nós crescemos lendo e assistindo, é composto de sarcasmo. Quando eu era pequeno eu era fã de Garfield. Isso fez com que eu afiasse muito meu sarcasmo, e eu instintivamente usava isso para ser engraçado e aceito em grupos. Mas meu pai veio um dia me avisar que isso não era legal e tal, que nos quadrinhos não havia prejudicados pois eram todos personagens, mas na vida real isso sempre atacava alguém, etc e etc. Uma coisa que nunca saiu da minha cabeça, porque a partir desse dia eu notei que REALMENTE, quando eu começava a fazer piadas, SEMPRE alguém ficava ofendido. Ou eu ficava com fama de arrogante, ou coisa parecida. Desde então eu aprendi a me policiar. Nem sempre eu consigo filtrar, é claro, mas quando eu percebo o que estou fazendo eu fico muito mal, trato logo de pedir desculpas.

E é por isso que eu não brigo quando fazem comigo. Nas primeiras vezes. Mas quando se torna um fato repetitivo, a pessoa que me perdoe, mas eu faço um esforço hercúleo para não mandar tomar no cu e sumir. Ainda mais quando eu sou SEMPRE a variável do algoritmo de autopromoção da pessoa, porque "eu sou tão amigo e isso dá a liberdade de falar assim". Ora, vá pra @#@#%$#$#!!! Tem coisa mais irritante do que alguém que te machuca e diz que "é porque te ama"? Acho que essa é a frase mais imbecil do universo. Amar não significa que vc possa usar a pessoa de para-raio. As pessoas tem essa idéia de que o amor é aguentar todos os defeitos escabrosos sem reclamar e achar isso o máximo. Isso não é amar, é ser mané. Quem ama mesmo sempre pensa duas vezes antes de abrir a boca, para não magoar justo aquela pessoa que é tão importante.

Mas enfim, eu não briguei. Não briguei, nem falei nada, porque há de se perdoar. Eu gosto dela, é o jeito dela, e embora torre o saco, há de se perdoar. Ao invés de brigar, retribuí a achincalhação pública com uma contra-achincalhação ainda mais pública, eternizada em blog. Mas vocês nem sabem quem é, então não faz diferença mesmo.

No fundo eu já esqueci. Mas é que dava um bom texto.



Wind.

14.7.02

Bicho, ultimamente eu ando num sono....

O lado bom é que eu reorganizei meus horários e estou acordando cedo e indo pra faculdade numa boa outra vez. O problema é que todo dia às 6 da tarde começa a bater um sono tão forte que todos os dias eu durmo no ônibus voltando do trabalho, chego em casa, aguento uma hora no máximo, e acabo capotando. Consequentemente, meu horário de escrever no blog está seriamente afetado :/

Não liguem se eu começar a escrever umas besteiras imensas. Pensem sempre que eu devo estar delirando no melhor dos casos :P


Eu tinha vontade de escrever mais, mas tô morrendo de sono.



Wind

10.7.02

E enquanto o maldito blogger não publica (@%!#$!@#!@#), eu boto aqui uma letra maravilhosa, inclusive perfeita ilustração do post anterior, e obviamente, de autoria de Chico Buarque. Música-tema da maravilhosa peça O Grande Circo Místico (que recentemente tive a chance de assistir, após ter crescido ao som do LP, raridade garimpada pela minha mãe), e que remete diretamente a tempos mais felizes. Curiosamente, a letra tem tudo a ver com tudo. Metalinguística em loop infinito. Penei meses para conseguir a mp3 (tão rara quanto qualquer material da peça), e mando para quem quiser. Aqui vai:


O Circo Místico


Chico Buarque & Edu Lobo

Não
Não sei se é um truque banal
Se um invisível cordão
Sustenta a vida real...

Cordas de uma orquestra
Sombras de um artista
Palcos de um planeta
E as dançarinas no grande final

Chove tanta flor,
Que sem refletir
Um ardoroso espectador
Vira colibri

Qual,
Não sei se é nova ilusão
Se após o salto mortal
Existe outra encarnação...

Membros de um elenco
Malas de um destino
Partes de uma orquestra
Duas meninas no imenso vagão

Negro refletor
Flores de organdi
E o grito do homem voador
Ao cair em si

Não sei se é vida real
Um invisível cordão
Após o salto mortal

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Wind
A maioria das vezes que pensamos nos bons tempos que se foram - quaisquer que tenham sido - pensamos neles com ternura e aquela saudade gostosa de "ah, como era bom"...

Mas uma vez ou outra, a saudade que vem não é gostosa. É enorme, opressora, sufocante. Capaz de deprimir até o mais leve dos corações. É mais do que uma saudade, é a plena consciência da perda inevitável de valores e de fé que as quedas da vida nos forçam a ter. É a vontade íntima de ainda poder crer na utopia, ainda ter esperança em coisas comprovadamente fantasiosas.

Hoje sinto falta de muitas coisas. Um exemplo dos mais ridículos, sinto falta da época em que eu acreditava que poderia voar. A vida, tecnicamente, era a mesma porcaria. Mas ah, como a expectativa melhorava as coisas! Como a idéia de que um dia tudo ia ficar mais divertido fazia com que o peso sumisse... Eu parei de acreditar nisso há muito, muito tempo. Mas não queria.

Há um tempo atrás, por motivos igualmente saudosos, eu voltei a acreditar que podia voar. Uma crença menos literal, mas igualmente mágica. Mas meu vôo não durou tanto quanto eu gostaria, e a aterrisagem foi catastrófica. Hoje eu ando com os pés bem presos no chão. Uma vida que, sob a luz de qualquer análise crítica, é muito mais regrada, disciplinada e saudável. Mas quer saber? É uma merda! É um vazio sem fim, um frio, uma cegueira voluntária. É pequeno, é ralo, é insosso. É ter a perspectiva de continuar na mesma para o resto da vida. E isso para mim é morte cerebral. Prematura.

Perdoem-me o fatalismo, mas é que, vez ou outra, bate uma saudade que não é gostosa. É enorme, opressora, sufocante. E é melhor exorcizar, antes que ela faça as cicatrizes sangrarem.



Wind

9.7.02

Jeitinho Brasileiro


Existem atitudes ruins no mundo. Não tenho - ninguém tem - moral para classificar nada como certo ou errado. Mas posso, sim, baseado em história e em senso comum, basear em bom ou ruim. Não bom ou ruim para mim, isso é fácil de classificar. Mas existem coisas boas e ruins de maneira geral.

Dentre essas coisas ruins de maneira geral, existem as óbvias. Tortura, assassinato, estupro, roubo... todas essas coisas que você pode claramente, em duas ou três frases, explicar de maneira decisiva por que são coisas ruins. Mas existem outras que não são tão óbvias. Partem de um raciocínio que está 90% correto, mas cuja falácia ocorre lá atrás em tempos imemoriais, de modo que não é tão fácil argumentar contra. Vocês provavelmente conhecem, aquele tipo de pensamento que você *sabe* que está totalmente torto, mas não saberia argumentar contra. Isso acontece muito com discursos políticos de chapas estudantis "profissionais" (aquelas das quais geralmente fazem parte os caras com a matrícula mais jurássica da instituição), por exemplo. Os políticos fora da faculdade já aprenderam a mascarar até mesmo aquela falácia que te dá a sensação de algo errado, mas não é disso que eu quero falar hoje.

Não tem nada mais odioso do que alguém que quer tirar vantagem em tudo! O típico brasileiro da lei de Gerson! Esse ser horripilante que vomita sua atitude do alto de uma arrogância imperiosa, de quem tem certeza de que está agindo da maneira mais correta do mundo.

Explico: Os ônibus do Rio de Janeiro, ao contrário da maioria dos outros estados, têm a entrada na parte traseira e a saída na dianteira. do lado do motorista. Mas recentemente isso começou a mudar. Alguns ônibus novos que estão circulando por aqui inverteram o sentido da entrada e da saída. E nesses ônibus, a roleta fica mais para o meio do corredor, já depois de duas ou três fileiras de assentos da parte da frente, que são reservadas para os idosos e deficientes - ao contrário dos ônibus comuns, que têm a roleta já de cara para a entrada. Pois bem, foi um desses ônibus que eu peguei para voltar para casa. Estava achando engraçado, porque obviamente o assunto da viagem era a entrada trocada. Todo mundo que ia subir, a despeito dos adesivos enormes escritos "entrada pela frente" colados na frente do ônibus, fatalmente ia dar com o nariz na porta de trás antes de perceber. E entrava, é claro, comentando a novidade com o motorista.

Lá pelas tantas, subiu uma mulher com duas filhas de uns 8, 9 anos de idade. Depois de passar na roleta, a mulher começou a comentar com a cobradora: "Ah, agora tem cadeira atrás da roleta? Que legal! Eu não vou mais passar roleta, vou subir ficar lá e sair sem pagar!". Assim, na cara dura. Claro que a cobradora abriu aquele olhão, e comentou meio baixinho que era contra a lei e que não podia fazer isso, mas a mulher com aquele ar de razão, foi logo dizendo "eu pego esse ônibus todo dia. Eu gasto o maior dinheiro com ônibus. Então, quanto menos eu puder pagar, menos eu vou pagar, é lógico.". E não bastando ser escrota desse jeito, a mulher ainda foi para aonde as filhas tinham se sentado e começou a INSTRUIR as meninas para dar calote nos ônibus!

Primeiro de tudo, eu quero dizer que não sou nenhum defensor da ordem capitalista. Não sou contratado por empresa de ônibus para fazer campanha. Também não sou hipócrita. Tenho muita coisa pirateada em casa e admito. Mp3 mesmo eu tenho um monte. Mas eu também tenho critérios.

No caso de mp3, por exemplo, eu tenho consciência de que não estou lesando o artista de maneira nenhuma. Não vou nem dizer que "as músicas que eu gosto eu compro o CD", porque verdade seja dita, não compro. Mas e daí? O lucro do artista por cópia de CD vendida é ridículo. Menos de 1 cent (de um CD que custa uns $20, sendo que só $0,30 disso é para pagar o disco). O que acontece é que com a mp3, ficou mais fácil vasculhar o mar de porcaria que tem por aí para achar alguém que preste. E esse alguém, eu divulgo, fico tiete, vou nos shows (que nesses sim há uma divisão mais justa dos lucros, e geralmente, se há fracasso, quem se ferra é o organizador), e etc. Mp3 são uma bênção para os artistas. As gravadoras é que odeiam, porque a mp3 ameaça a própria razão de existência delas. Mas e daí? Encontrem outro ramo de trabalho, ora essa. Com softwares, jogos, etc, a lógica é bem parecida.

Agora, com ônibus não. A não ser que houvessem pontos da cidade em que fosse ESTRITAMENTE impossível se chegar de qualquer outra maneira que não de ônibus, o ônibus é uma prestação de serviço que deve ser tratada como tal. Sem entrar no mérito da medida justa dos preços, ele tem que ter um preço, que é o preço que paga o salário do motorista que te leva e te traz, que paga o conforto do assento, que paga a disponibilidade de carros circulando. Qual é a ideologia que aquela mulher imbecil ostenta para deixar de pagar? E, devo esclarecer, não era uma mulher de classe pobre, não. Ainda se fosse, eu diria que ela tem lá sua razão. Mas era uma mulher enorme de obesa, com roupas de executiva, e duas filhas com uniforme de escola particular. E ainda assim, ela ficou chorando miséria com a maior das petulâncias para a coitada da cobradora, essa sim uma pessoa simples, que ficou sem resposta. Por causa daquilo que eu disse no começo do texto, é difícil argumentar contra esses textos baseados em falácias. Difícil, mas não impossível. E deixe-me esclarecer aqui o meu ponto:

Se ela trabalha, tem condições de vida ainda que apertadas, se tem renda, então é dever dela pagar pelo serviço de transporte! Eu tenho muito menos grana do que ela, e pago! Não querer pagar é botar o precioso dinheirinho dela acima de outros valores. Gente como essa mulher não se preocupa em expandir a realização da consequência de seus atos. Para eles, o que interessa é o micro-universo imediatamente adjacente a eles. Suas casas, seus carros, seu dinheiro, seus filhos, seus parentes. O resto que se arrume, pois não é problema deles. Só que as mesmas pessoas que pensam assim, enchem a boca para falar que os políticos são corruptos, que os donos de empresas cobram preços abusivos, que os patrões exigem tudo e mais um pouco sem dar nada em troca. Qual é a moral que eles pensam que têm para reclamar, se eles têm a mesma atitude? Eu acho que é recalque, é inveja de não serem eles a estar lá tirando vantagem, porque muito embora eles tenham esse pensamento "vencedor", ainda são uns pouca-merdas na vida.

Agora, o pior de tudo é perpetrar essa mentalidade escrota nas crianças. A mulher falando aquele monte de merda pras filhas - que ainda perguntaram se era certo mesmo aquele absurdo, com inocência infantil. É claro que a mãe emendou um discurso com voz de autoridade sobre como era justo e correto se aproveitar da situação para economizar. Que ódio, cara! Deu vontade de fazer que nem cachorro, que bate com jornal no focinho quando faz coisa errada. Queria pegar a apostila de Cálculo que eu tava lendo, enrolar e dar na fuça daquela toupeira, pra ver se ela se tocava da porcaria que ela tava falando. E ainda ensinando pros filhos. Isso é quase tão criminoso quanto roubo, estupro ou assassinato. A educação ruim deliberada.

Enfim, é triste. Mas é cultural, também, o que agrava a praga. Quase todo mundo foi ensinado a ser assim. Deve ter muita gente que lê esse blog, que pensa assim também, infelizmente. Para todas essas pessoas... considerem-se estapeados no focinho.



Wind

7.7.02

Me surpreendi outro dia desses com um fato inusitado: Alguém me disse que não gostava de Chico Buarque.

"Peraí", perguntei. "Como assim não gosta de Chico Buarque?". Na hora, aquilo me pareceu inconcebível. E de certa forma, ainda parece. Não sei dizer ao certo por quê. Dos grandes compositores da MPB, eu entendo que haja quem não goste de Caetano. A atitude e a música dele estão longe de ser unanimidade, ok. Gilberto Gil, e sua fascinação pela astrofísica, também entendo que haja quem não goste. João Gilberto, esse nem eu gosto :) Não acho nada de genial em ficar enlouquecendo com o tempo da música, mas fazer o que. A maior parte das pessoas admira.

Agora, Chico? Como pode alguém não gostar?! Após um pouco de conversação com a pessoa (era um randômico, ninguém que eu conhecesse), vim a saber que o "não gosto" era mais como "não ouço desde que era criança, não lembro das músicas". Mais aceitável, mas ainda assim fica aquela sensação de que alguém que ouve Chico uma vez, lembra pro resto da vida.

Não sei dizer quem veio primeiro, o ovo ou a galinha. Se sou fascinado por Chico porque as músicas dele são a materialização perfeita do que fala à minha alma, ou se isso acontece porque ouço Chico desde muito pequeno. Nah, eu não cresci ouvindo só ele. Ouvi muito Caetano e Djavan também, e mesmo assim apenas aprecio as músicas deles hoje em dia. Chico Buarque é minha eterna e total paixão. Uma paixão que eu tive a oportunidade de renovar, escutando novamente as milhares de músicas que eu já escutava desde bebê, mas agora com discernimento para perceber todas as nuances das letras - e que letras ele tem!

Peço aos leitores do Blog que perdoem esse arroubo de tietagem :) Mas foi inevitável. Outro dia cheguei à conclusão de que embora eu tenha muitos artistas que eu realmente adoro e admiro na minha lista, eu não sou tiete de nenhum deles. Nenhum exceto o Chico. Ele sim, quando morrer (e TOMARA que daqui a vários anos, velhinho que nem Mário Lago), eu vou ficar arrasado. Vou chorar, vou ficar órfão, etc. Porque cada música dele é uma obra de arte. E a quantidade de músicas fantásticas que ele fez só prova que não é sorte ou fase boa, como outros compositores têm. Ele é foda, mesmo! :)

Queria saber se sou só eu que penso assim, ou alguém também acha Chico Buarque o nome maior da música brasileira? Ou então, se alguém compartilha da opinião do randômico supra-citado, e não gosta de Chico?

Respondam no comments, please.



Wind, abrindo a primeira enquete da história de seu blog.

6.7.02

Para provar que não era fogo de palha, ainda outro Capítulo novo no ar :) Na verdade, já está lá desde ontem, mas na exata hora em que eu publiquei, o Blogger saiu do ar e ficou hoje um tempão sem poder postar, o que me impediu de avisar aqui :P

A gente passa tanto tempo sem escrever nada, quando se anima, o blogger não colabora :) tsc, tsc, tsc.....



Wind

4.7.02

Hm. Feliz Aniversário, mamãe :))

E como eu prometi, presente de aniversário: Capítulo novo no Farpas de Gelo

Beijos do filhote que te adora :****************



Wind

3.7.02

Nossa! Sem sacanagem, estou espantado :) 9 comments.... tudo bem que teve vários repetidos, hehehehehhe. Mas não achei que fosse ter tudo isso. Bem, on with the blog eu acho :) Já que até gente que eu nunca imaginei que lesse essa página se manifestou (Oi Nanda :P), ela continua. Até vou ter mais ânimo para escrever aqui, juro. Ao menos tentar. No fim das contas, o Blog é meio terapêutico. Vai ver a vida anda meio chata porque eu esqueci dele....

De qualquer forma, estou aqui ainda gente. Mais tarde posto de novo ;))



Wind

1.7.02

Hmmmmm, zero comments no último post, e o número de visitas estacionou.... e eu continuo sem saco de escrever, acho que é hora de decretar a morte desse blog. Odeio ter que fazer isso, mas é melhor do que uma página mofando e pegando teia de aranha.

Vou dar 3 dias para as pessoas se manifestarem, se ninguém disser nada, assumo que ninguém mais lê mesmo e fecho ele. 3 dias moçada. Até lá.


Wind