29.5.02

ALIÁS, o visitante 2000 está chegando!! Quem for o responsável por esse emocionante momento, favor se manifestar :) De repente rola um brinde comemorativo, hehehehehhehehehehe



Wind
Gente, hoje eu viajo para Floripa para o casamento de mamãe, que acontecerá na sexta-feira. Só devo estar de volta na segunda à noite, e embora tenha internet lá em casa, com essa história de preparativos de festa e tudo mais, não sei se vai dar para atualizar o blog. Provavelmente sim, mas just in case, vou deixar avisado que não morri. :) Hoje à noite já chego lá e vou direto pra uma festa, depois casamento, depois outra festa que o Avey e o Zuntu querem me arrastar. Vida dura, ai ai. Só espero lembrar das coisas dessa vez (mesmo porque eu ando com a leve impressão de que as memórias perdidas devem ser as mais interessantes...). E ainda tenho que ensaiar com a Isa o que nós vamos tocar na cerimônia!

Então não se assustem de não me encontrar online, eu vou estar atarefadinho :) Mas prometo que segunda eu volto à programação normal.

Até mais, pípou


Wind

27.5.02

Clássicos da Bebedeira Internacional


Conforme posteriormente revelado para o protagonista


Batidas na porta do quarto. Um rapaz sonolento e descabelado levanta e cambaleia até a porta. Olha pelo olho mágico: do outro lado, um casal acompanha nosso herói, que não parece nada bem. O rapaz abre a porta, e os três entram. O rapaz conversa com o casal, que diz que nosso herói passou da conta na bebida e está completamente fora de órbita. Alheio a tudo isso, nosso herói começa a tirar camada por camada de casaco que lhe vestiram, a camisa, o tênis e o cinto, e atirando tudo pelo chão do quarto.

Súbito, um choque. Nosso herói olha para frente e se lembra que dormirá na parte superior do beliche, o que significa que terá que subir a escadinha. Os outros três presentes ficam em silêncio, observando aquele homem intrépido porém alterado, encarando a escada. Uma tentativa, e a mão passa longe. A segunda esbarra, mas não se fixa. Na terceira vez, sua mão se prende a um degrau. Nesse momento, nosso herói se atira escada acima com uma estranha porém eficiente agilidade. Em poucos minutos, está frente a frente com o colchão.

Sem mais demoras, ele se deita, resoluto. A mulher ainda o cobre maternalmente com a manta, e ele agradece em português impecável, de olhos fechados. É o fim da desventura noturna. Aliviados, os três se despedem, o rapaz se deita novamente e o casal vai indo em direção à porta. E eis que o rapaz pergunta:

- Ele vomitou muito?

Ao que o outro responde:

- Sim, bastante. A última vomitada dele foi lá na Brigadeiro.

E repentinamente, a voz de nosso herói brota do fundo de sua alma, causando espanto a todos. E ele diz:


- Brigadeiro? Eu não comi brigadeiro!


Há um longo silêncio. O casal se vira sem dizer mais nada, apaga a luz do quarto e sai fechando a porta atrás de si, mergulhando o quarto na escuridão. E ainda se ouve, baixinho:

- ...não comi brigadeiro! comi?


Pano rápido.



Wind
*** Post Longo. Distância max. 20 m ***

Eu vi a lua três vezes durante esse final de semana. 3 vezes, embora eu sinta que ela estava lá me vigiando o tempo todo, mesmo durante o dia. Fiquei muito ciente da lua esses últimos dias, como sempre ocorre nas minhas viagens que insistem em calhar com sua fase Cheia. Estive pensando - e comentando, até - que, exceto quando observada com esse estrito propósito, a Lua que olhamos não nos mostra um corpo celeste que reflete a luz solar. Quando olhamos para a Lua, algo se processa em nossa mente que nos remete a uma introspecção. Falo isso com plena consciência da carga histórica, religiosa e mística da Lua, mas sem utilizar-me disso. Olhando para o céu ontem como se fosse a primeira vez, tive que me concentrar para pensar nela como um satélite natural sem luz própria e blablabla. A primeira coisa que me vinha era uma sensação estranha, como se um facho de lanterna fosse lançado sobre milhares de coisas que fervilham no escuro, dentro da mente. Como se repentinamente tudo se revelasse em sua forma verdadeira, e permanecesse exposto assim por quanto tempo eu ficasse a fitar a luz de Luna. Como alguém que chega e nos diz exatamente o que sentimos, uma mãe que já passou por tudo o que passamos, que nos compreende a nível genético, e que nos guia pela mão gentilmente. Luna foi minha guia nessa viagem.

A primeira vez que a vi, ainda no ônibus de ida, na madrugada de Sábado, não a enxerguei a princípio. Ela estava encoberta por nuvens pesadas, assim como o futuro daquela empreitada que ali começava. A semana não havia sido positiva, e eu já não esperava coisa alguma do Encontro. Ainda assim, ela brilhava forte, e foi por isso que a vi. Sua luz intensa atravessando a camada de nuvens me chamou o olhar, e ela me prometeu me acompanhar, me resguardar e tomar conta de mim.

O Sábado foi bom. Muito bom. Sem grandes bagunças ou festas ou gritarias como nos outros anos. Esse ano, nada de guiar o grupo pelas ruas, nada de fazer esporro barulhento no hotel (que por sinal é ótimo, o melhor hotel que já nos hospedamos em toda a história dos Internacionais, de muito longe), nada de hype adolescente. Estavamos todos lá, quietos, conversando normalmente como todos os dias, às vezes nem conversando. Só estávamos ali. Reunidos. Curtindo a presença de amigos que não víamos há muito tempo. Ganhando novos amigos. E isso foi tão transbordantemente calmo e bom que eu dura e sinceramente nem dei pela falta dos que não foram. Claro que adoraria que estivessem lá, faria a festa ainda mais legal. Mas tenho que dizer que não pensei em nenhum momento "Que falta que fulano está fazendo". Talvez por falta de tempo, provavelmente por isso. Mas o importante é que, no fim das contas, os imprevistos não estragaram a diversão. Podem tê-la diminuido em seu potencial, mas eu jamais saberei.

E assim, a segunda vez que vi a Lua esse fim-de-semana, ela estava alta no céu. Logo acima de minha cabeça, seu brilho esplendorosamente banhando cada centímetro de um céu sem qualquer nuvem. Aquele brilho intenso, porém calmo, plácido, próprio dela. Refletindo a compleção e a plenitude da minha alma naquele momento. De fato, a última lembrança que tenho da noite - antes do álcool sorrateiro roubar minhas memórias e me deixar com flashes confusos e nebulosos no lugar - é de estar olhando para ela fixamente, inebriado daquela luz. O resto da noite não merece ser mencionado.

O Domingo foi a extensão natural do Sábado. Pela primeira vez em Internacionais se bem me lembro, o grupo passou o Domingo inteiro junto também, lá no evento mesmo, sentados, lendo, jogando conversa fora. O dia acabou na rodoviária, divertido até o último segundo, ainda que com aquela sensação de pós-sonho, quando um a um os amigos partiam de volta para a vida real. Eu fui senão o último a partir, e o cansaço me derrubou facilmente na poltrona do ônibus.

E foi hoje de manhã, depois de chegar no Rio novamente, num outro ônibus, urbano, que eu a vi pela terceira vez. Dessa vez a visão foi recebida com uma gostosa risada. Pensei se Luna não deixava o céu por sequer um segundo. O sol já fazia a claridade se insinuar no leste, e ela ainda estava bastante acima do horizonte ocidental, mostrando que também a jornada dela ainda entraria pelo dia adentro antes de finalmente nos deitarmos para um merecido descanso.

E nesse pequeno intervalo entre chegar em casa e sair de casa é que resolvi escrever sobre nosso fim de semana. Meu, dos meus amigos, e de Luna, que pairou sobre nossas cabeças em tempo integral, olhando sobre esse adorável bando de malucos. Claro que não faltaram imprevistos. Eu tendo que pagar a diária do hotel inteira porque Averon e Presunto desapareceram na hora de ir fazer check-in, eu de estômago vazio o dia todo bebendo um drink que era basicamente todas as coisas alcoólicas do balcão misturadas num copo, e as óbvias consquências disso (Val, meu anjo, não posso te agradecer o suficiente por ter me carregado de volta), a gente esquecendo da Ninja na estação do metrô e lembrando no meio do caminho, a sessão de cinema que lotou antes de comprarmos os ingressos... mas mesmo quando eu pensava "ih, agora deu merda", as coisas caiam no lugar. As pessoas voltavam, objetos se achavam, a turma se reagrupava. E tudo terminava bem, sem uma gota de estresse. Apenas deixando aquela sensação de que em alguns dias vai bater uma enorme saudade.

Ainda bem que tem todo ano.



Wind

24.5.02

Doa-se um amigo




Não, não estou doando amigos para pessoas carentes de atenção. Caso alguém não tenha notado, o título é uma piada com aquele textículo "Procura-se um Amigo" que todo mundo já deve ter ouvido umas setecentas vezes na vida. Porque esse texto se presta a falar de amigos que você deixa de querer próximo de você. Não que decepcionam ou que traem - pois esses deixam rapidamente de ser amigos - mas aqueles que de um dia para o outro, você deixa de sentir falta, e passa inclusive a sentir excesso. E o processo todo foi em você e não nele.

Antes que alguém me acuse de estar mandando indiretas via blog, que fique bem claro: Não estou comentando isso porque estou passando pela situação. Não estou, e tampouco passei recentemente. Escrevo agora com a benção do distanciamento, e mesmo porque esse é um assunto sobre o qual só se pode dissertar publicamente quando não se está atravessando, sob risco de perder mais amizades do que gostaria. Mas vamos à situação.

Sou só eu, ou alguém aqui já passou pela situação incômoda de perder o interesse em alguém? Algum amigo que você preza muito, que rola muito papo, muita 'química' (não no sentido sexual necessariamente, só química de carismas), e de repente você muda e se desinteressa. E a pessoa começa a te irritar com a mesmice, pois você mudou e ela não. O que fazer?

É muito difícil pensar sobre isso. Afinal, o desinteresse é em grande parte 'culpa' (não sei se cabe bem esta palavra) sua, e a pessoa continua sendo sua amiga. Você continua sentindo o mesmo afeto, continua querendo o bem dela, gostando de uma forma geral. Só não consegue mais conversar como antes, não tem mais assunto, os assuntos dela ficam enfadonhos, e você começa a acumular estresse por aguentar uma situação incômoda pelo bem da... do quê mesmo?

Que espécie de amigo estamos sendo afinal se escondemos do outro nossa situação? Será que é mesmo a melhor solução fingir que está tudo bem e deixar a coisa acumular? Duvido, isso só faz com que a sua realidade e a dele se distanciem, e aí o pouco contato vai para o espaço de vez. Isso se a sua capacidade de absorção não extrapola o limite e você explode de vez, fala as coisas da maneia mais afiadas possível, e destrói a amizade além da capacidade de retorno. Não, o melhor é conversar. Mas aí vem outra dúvida terrível: COMO contar para alguém que você perdeu o interesse?

Apelar para o cliché "o problema sou eu" além de ser cafona e estigmatizado negativamente à última potência, parece desculpa esfarrapada pra fim de namoro. Se é para ser sério, temos que falar sério. E falar sério envolve uma longa discussão sobre "Por que o fato de eu achar seu papo um porre não necessariamente significa que eu não preze sua amizade". 90% das chances são de que a pessoa não compreenda isso e você perca o amigo. Se não de vez, ao menos por um booom tempo, e a relação não voltará a ser a mesma. Mas até aí, o fato de ela não ser a mesma foi a origem de todo o problema...

Acho que o certo é largar mão. Não da amizade, lógico que não, mas da inércia. Do medo de tomar a iniciativa, do medo de estragar algo que já está estragado. Chega e fala mesmo. Muitas vezes as pessoas nos surpreendem com sua sensatez. E muitas vezes durante a conversa, você descobre que o motivo do afastamento era alguma coisa completamente diferente do que vc imaginava, e só precisava falar para exorcizar e trazer tudo de volta ao normal.

Aliás, esse conselho é válido para qualquer situação, em qualquer tipo de relacionamento interpessoal, a qualquer nível. Falar é muito bom. Saber falar, saber escutar, é melhor ainda.



Wind

21.5.02

O blogger deu chilique. Todas as páginas agora tão dando 'page not found'. Levei o maior susto achando que tinham deletado meu blog, mas nah, basta publicar qualquer coisinha e republicar os arquivos q a página volta.

Maldita tecnologia avançada!


Wind
Eu estou muito, muito triste hoje.

É curioso como nós sempre nos apoiamos em algo. Sempre. Com certeza todo mundo que lê essa poioca já passou pela terrível situação de se notar completamente alicerçado em algo passível de ruir. E o pior: aposto que a maioria só notou o que tinha feito quando a casa já estava caindo. Sim, mas não falo disso. A impressão geral que se tem é que tendemos a nos escorar em coisas, sim, mas que quando nos concentramos, podemos andar com os próprios pés o quanto quisermos. Questão de autodisciplina, conhecimento, força de vontade.

Mas sabe que não é assim? A única coisa que difere uma situação da outra é que o peso é dividido entre vários pontos de pressão. Não temos uma grande plataforma aonde nos apioarmos, então dividimos nosso peso sobre as lascas. A vantagem óbvia é que se um ponto de apoio ruir, nos desequilibramos mas não caímos. A desvantagem é que nunca estamos preparados, pois nos falha a percepção de quais são esses pontos de apoio.

Basta um final de semana. Planejado há tempo, pensado, repensado, tratado com aquela ansiedade de "aí vem coisa boa". E eis que, faltando uma semana, praticamente tudo dá errado e surgem zilhões de complicações e o seu planejamento vai pro espaço. Isso não parece um motivo para causar grande decepção ou tristeza. Não parece, mas pode se tornar.

É só unir os ingredientes. A ansiedade infantil, a monotonia do cotidiano, a antecipação involuntária (aquele tipo de pensamento, "nossa vai ter isso e aquilo, que barato"). Altamente inflamáveis ao contato com a frustração. Altamente.

E apenas quando você se vê de extremo mau humor, genuinamente triste, e lamentando intensamente os imprevistos, é que você nota o quanto você depositava em cima de uma coisa tão banal. Quanto de você era aquele mero fim-de-semana, aquele parco plano de encontrar os amigos e se divertir - a diversão, quanto peso nós não aplicamos nela sem saber.

Somos potenciais dependentes do lazer. Isso não é novidade para ninguém, mas certamente é chocante sentir na pele.


Mas como eu disse, não vai ser ruim. Apenas não vai ser o que eu queria. Paciência (ah, a paciência... Um dia eu lembro onde eu guardei a desgraçada!).



Wind.

19.5.02

Me deu uma doida, escrevi no Farpas hoje. Menos lenga-lenga, mais ação. Espero que o público goste.

Até a próxima amiguinhos.



Wind

18.5.02

Só pra vcs não reclamarem que entram aqui o tempo todo e não tem post novo...


Assistam Spider Man a qualquer custo. É uma história em quadrinhos perfeita. É engraçado, é rápido, é fiel ao personagem, e bem, é LINDO. Apesar do Sam Raimi quase ter feito umas bobagens sem tamanho, apesar do David Koepp quase ter pisado no tomate em certos momentos do roteiro, é apenas quase. Um quase que não atrapalha os momentos brilhantes e engraçadíssimos que recheiam o filme. O final é maravilhoso, você percebe que respeitaram as HQs em detrimento de um cliché happy end. Tem um ou outro momento "american pride" que não chegam a esfriar a empolgação. Apenas uma cena no filme me fez ficar incomodado, mas é exclusivamente por causa da direção debochada do Sam Raimi. Desnecessário ele ter feito o que fez na cena em que o Aranha salva a vida da Mary Jane pela primeira vez (quem assistiu com certeza vai entender o que eu quero dizer).

De qualquer maneira, é um filme que eu vou ver de novo e de novo, e vou esperar babando pela continuação. Mas antes disso tem X², hehehehhehehehehe. Tô louco pra ver a história do Wolverine caçando seu passado no Canadá.

E por enquanto é isso. Depois escrevo mais.


Wind

16.5.02

Adendos técnicos e rápidos:


- Zuntow, valeu pelo link correto pro blog do Averon!!


- Tati, Tati... vc tentou fugir mas eu te achei, mocinha :*


- Mais uma adição à lista de links, o blog do digníssimo, sábio e dono de poderoso intelecto (e mestre da nossa campanha, que é basicamente a razão da puxada de saco) Sauron!!


- Quem foi o visitante 1,800?!?!


Wind

13.5.02

Vários dias sem postar. Muitas, muitíssimas coisas para serem ditas. Extremamente longo, cansativo, e dividido em tópicos para sua comodidade:



I. Bôdas de Ouro

Esse fim-de-semana, viajei para São José dos Campos, para comparecer à comemoração das Bôdas de Ouro dos meus avós. Para quem não sabe, essa é a comemoração de 50 anos de casados. Cinquenta. Anos. Difícil realizar uma coisa dessa, é basicamente duas vezes e meia meu tempo de vida. E esse é só o tempo que eles passaram efetivamente juntos. Eu brinquei com a minha avó que a festa de Bôdas de Ouro está entrando em extinção, mas falem sério, alguém aqui consegue se imaginar 50 anos com a mesma pessoa? Morando, vivendo, amando a mesma pessoa? Acho que essas gerações mais novas, pós-liberação sexual, são muito complexadas para chegarem a sequer 25 anos. Sinal de modernidade? Talvez. Mas eu lhes digo, não há nada de artificial ou forçado no casamento dos meus avós. Eles sempre se gostaram de verdade, vivem um eterno namoro. Mesmo depois de 50 (!!) anos.

A festa foi um show à parte. Engraçado, conforme a gente vai crescendo, vai percebendo nas pessoas que conhecemos desde sempre (pais, tios, parentes em geral) nuances que antes não captávamos. Já tem um tempo que eu passei a ver a relação do meu pai com meus tios como uma relação de irmãos. Dá uma sensação de que eles não são mais do que adolescentes reprimidos, mas ei, somos e seremos todos assim. Agora, o que eu não tinha visto ainda, nunca, era minha avó e meu avô como adolescentes. Mas bastou eles dois chegarem no Clube de Campo São José, onde seria a festa, e encontrarem vários amigos de longa data - alguns que estiveram presentes na cerimônia original - que de repente minha avó tinha 20 anos outra vez. E estava para se casar outra vez. Não sei se foi por isso, ou se foi a hora em que eles dois entraram lado a lado na capelinha minúscula onde iria acontecer a bênção das alianças, e que eu vi que, nos olhos da minha avó, a capela tinha virado uma catedral, por onde ela deslizava com um longo vestido branco inexistente. Não sei. Só sei que jamais entrarei naquela enorme casa da mesma maneira. E jamais olharei para meus avós da mesma maneira, como avós. Menos rótulos, mais humanidade. E isso é bom.



II. Formula 1

Sem comentários. Muita gente se revoltou com o Barrichello por ele ter realmente dado passagem ao Schummi no fim das contas, mas sabe do que mais? foi LINDO. Se ele tivesse desobedecido as ordens da Ferrari, ele ganharia o GP, ninguém saberia de nada, e ele estaria em maus lençóis dentro da escuderia. Mas ele foi o supra-sumo do profissional e do correto. Fez o que tinha que fazer, fez BEM, e fez de modo que TODO MUNDO percebesse o que estava acontecendo. No final da corrida, numa cena pavorosa, o mundo inteiro vaiou - a equipe. Ele saiu por cima. Ele humilhou a Ferrari jogando toda a hipocrisia dela no ventilador, e ainda assim ele fez isso dentro das regras da própria equipe, dentro das regras do contrato (renovado por 2 anos, a hora perfeita para ele se impôr), dentro das regras de conduta. A rebeldia infantil só serviu para atrapalhar a carreira do Rubinho durante vários anos. Agora ele subiu de nível. Agora, mais do que no ano passado, ele venceu. Não a corrida, não o campeonato, ele venceu a podridão do sistema. Ou ao menos escancarou ele em rede mundial. Impecavelmente.

Sem contar a falsidade do Schumacher no pódio, que não enganou ninguém. E o Rubinho jogou o jogo, mas não recusou o troféu nem o degrau mais alto. E ninguém, ninguém tinha moral nenhuma para dizer que ele não podia estar ali. Deu até um pequeno orgulho reprimido de ser brasileiro.



III. Corinthians

Olha, tudo bem que o São Paulo é freguês. Mas cara, ninguém tem NOÇÃO do que é uma família de italianos inteira assistindo futebol juntos. Não é para os fracos de coração, não. Mas é delicioso. A sala estava transbordando de corinthianos, sãopaulinos e uns palmeirenses que, na falta de um time bom o suficiente para chegar na final, ficavam torcendo pro juiz. Logo aos 2 minutos, tive que aguentar a sampaulinada fazendo algazarra. E o pior não é isso. Um bom Savastano não só comemora um gol, tem que esfregar na cara dos torcedores adversários da maneira mais humilhante. Numa boa, não sei como não sai porrada lá! Acho que é porque tá tudo sempre em família, se fosse alguém de fora falando um 'pio' seria massacrado.

Mas o jogo foi virando, virando, Corinthians fazendo pressão, até que igualaram os cartões. Passamos a estar levando o título, mas não tava bom! Ganhar por 'melhor campanha'?! Fala sério, é mais humilhante que perder. Fora que tava 1x0 pra eles. Desconfortável como já estava, no segundo tempo chega um primo meu - Vítor, o Mala - pulando e gritando "São Paaaulooooo" que nem um macaco! Ele não calava a boca um segundo sequer!! Até quem tava torcendo pro São Paulo queria tirar o pentelho da sala, e ele berrando e falando um monte de bobagem, e a gente aguentando, aguentando... achei que era meu fim. Mas eis que, aos 33 minutos, derrubam o Ricardinho. Suspense, todo mundo se ajeitando nas cadeiras. Esperança de desafogar pros corinthianos, perigo pros sampaulinos. Rogério ajeita pra bater, e o Vítor declara em voz alta: "Se for gol, eu me mato!"

Mermão... foi ali mesmo! Acho que as forças do universo tiveram pena de nossas pobres almas, e mandaram uma iluminação divina. A bola demorou longos e arrastados segundos para descrever a trajetória perfeita e entrar matando a coruja no ângulo esquerdo do gol do São Paulo. Foi a glória. A sala explodiu gritando GOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOLLLLL... mas naquela hora o jogo nem importava mais. Foi a nossa deixa para encher o Vítor de porrada! :) Ele desapareceu embaixo de uma montanha de corinthianos enfurecidos, e o resto dos saopaulinos horrorizados subitamente arranjaram várias coisas para fazer em outros cômodos! Eu nunca ri tanto na minha vida. O vitão sai troncho de lá de baixo, mas não falou nada. Nem um pio. Nem até o fim do jogo, nem depois dele quando a galera foi pra rua fazer buzinaço. Aliás, foi muito bom estar em SP nesse dia, cansei de comemorar os títulos do meu time em silêncio nessa terra de Framenguistas. Enfim, um dia memorável, e um título idem.

Pena que o Brasiliense não vai ser tão fácil. Ô timezinho carrasco! Mas vamos ver se o juiz colabora outra vez, hehehehehehe.



IV. Conde de Monte Cristo

Eu confesso. Não li o livro. Não conhecia a história. Sabia que era de Dumas, e só. Mas ainda assim, aquele final feliz abobado de filme americano me incomodou. Não preciso ler o livro para imaginar que o original não tem happy end. Não combina com a história. Dantes, o pseudo herói, só faz desonrar o juramento que fez ao Padre o filme inteiro. E no final ele ganha uma mulher, um filho e grana pacaraio? Qual a moral da história então? Algo do tipo "Use o poder nuclear para varrer o oriente médio da face da terra, porque vingança é legal e ter piedade é coisa de viado"??

Mas deixe estar. Já estou satisfeito que consegui empurrar minha carteirinha vencida para o povo do cinemark e não paguei inteira por essa joça. Afinal, tenho que economizar para essa sexta-feira!! Meu sentido de aranha me diz que vem coisa boa por aí...



Enfim, esse foi o final de semana do Wind. Fiquei com vontade de colocar uma receita de bolo no meio do post só pra ver quantos de vocês leriam, mas quer saber? Blog não é trabalho de religião. Lê quem quer, comenta quem tem paciência. E escreve quem não tem nada melhor para fazer. Ou quem tem, mas tem preguiça. Como é o meu caso aliás.

Mas deixemos de lero-lero, já está na hora de me arrumar para a facul. Suspiro...



Wind

9.5.02

Tsc. Esse povo que muda o endereço do blog e não avisa!! O link pro blog do Coisa tá atualizado, e o do Averon está temporariamente desligado pq eu esqueci o endereço novo dele :P

Aliás, o visitante 1.700 do blog fui eu mesmo! :P Que coisa, não?


Wind
Há um vento forte, vento de tufão, que assobia pelas frestas da janela, furioso. Bom para me lembrar que a janela tem frestas - ah, muitas delas. Mas o mais curioso agora é que eu rodopio no ar parado daqui de dentro, e fantasio que estou sendo levado pelo vento. A pantomima da tragédia. Mas ainda assim, se eu fecho os olhos, as paredes somem. Por quê? Talvez o íntimo esteja envolvendo o superficial, numa troca de posições insólita. Talvez a tempestade me molhe por dentro agora. Mas só o que sei é que ao som dos violinos ensandecidos eu sonho que sou levado. Levado pelo vento. E arranco, quebro, arrasto muita coisa comigo.

E a criança chora ao olhar para si mesma, adulta, envolto no pesado manto e com uma faca na mão. A criança chora por ter que morrer, mas o adulto sorri, um sádico sorriso. Ele tem a faca agora, e sabe usá-la. E sobrevive.

Me perdoem por esse post.


Wind

7.5.02

E raios esplendorosos se abatem sobre a fortaleza, o vento empena a janela, e nela meu reflexo se distorce. Não olho o reflexo, apenas fixo o olhar no horizonte, esperando o primeiro raio de luz que anunciará o fim da reclusão.

Esperando....



Wind

6.5.02

Hahahahahahhahahahahah how cute!!


Veja mamãe! Sem polegares opositores!!




Wind
Eu sou uma farsa!


Eu termino de escrever o post anterior, e o que eu faço?? Arrumo a casa :P


Bem que me disseram que meu ascendente geminiano iria lentamente tomar minha alma até eu ficar menos idealista e mais maluco!



Wind

5.5.02

*** CUIDADO!! Post Altamente Hermético Adiante !! ***


A casa anda refletindo meu ovo. Coisas que ficam onde caem, e lá permanecem por meses... coisas que se acumulam em cantos, ar viciado, calor. E nenhuma perspectiva de mudança. Não pretendo deixar ninguém entrar. Nem na casca, nem na casa. E aqui dentro, é como eu sou. A mesmice me cerca e dela eu me valho como defesa. Não há mudança. Não há surpresa.

E mais uma vez, a mecânica das coisas... às vezes eu mesmo me surpreendo com minha capacidade de previsão. As pessoas reclamaram da minha melancolia, mas a melancolia é uma arma poderosa. E é prazeirosa, igualmente. Mas mesmo assim, não estou melancólico. Acho que tédio seria a palavra mais exata. Um tédio corrosivo de coisas que acontecem, mas não acontecem de verdade. Nada realmente acontece. As coisas seguem seu curso, e para quem já viu o caminho todo, só interessa a chegada. Os passos do caminho só geram aquela ansiedade infantil de viagem. Vontade de perguntar a todo momento se falta muito. Gostaria de saber se falta muito. O tédio natural que surge da interiorização é algo com que tenho que lidar, não importa o quão sufocante ele fique às vezes. E não interessa quão forte fique a vontade de ir lá fora tomar um pouco da tempestade na cara, os raios que seguidamente caem sobre meu teto só me provam que é mais prudente ficar aqui. Olhando o mundo da janela, deixando as coisas aonde elas caírem, e esperando. Tédio, sim. Mas não infelicidade. Prudência.

E a cada dia, me convenço mais e mais. Posso estar enclausurado, mas pouquíssimas pessoas sorririam com a sinceridade que eu sorrio para a tormenta...



Wind

4.5.02

Promessa é dívida: Farpas atualizado!!


Algo me diz que vocês vão gostar do novo capítulo ;)



Intés!



Wind

3.5.02

A luz dos relâmpagos quase me asusta.


Mais uma noite que termina, mais uma noite interessante, simpática, com toques até redentores. Mas não uma noite inesperada. Quanto mais se vive, mais se nota que a mecânica das coisas é a mesma, para o bom ou para o ruim. De qualquer maneira, me sinto bem por estar adaptado a essa mecânica. Troco a novidade pela sobrevivência, de bom grado. De qualquer forma, foi uma noite boa. Muito álcool, muitas risadas, e algumas lágrimas que demoraram a correr. Demoraram, mas correram. E tiraram a poeira da alma no processo.


E amanhã o dia nascerá cheio de raios de sol que nunca antes influenciaram minhas retinas.


E eu vou dormir



Wind

2.5.02

Duas adições na listinha de links, devidamente comentadas:


A Dri, minha querida Adriana Almeida, uma das pessoas que eu conheço há mais tempo nessa internética, dos saudosos tempos da Lista Trails-RPG (que ainda nem era "Trails-RPG", ainda era só "Trails"... a divisão entre RPG, Card, Arca e Underground veio depois... nossa, poeira!!!), onde ela era coordena(sofre)dora, junto com o Marcelo Telles, com quem ela tem 3 filhos lindamente terríveis - ou terrivelmente lindos, sei lá. A Dri sempre foi uma vanguardista da NET... era colaboradora assídua da página da Trails, onde mantinha as ONFFs (saudade!), acessava o IRC desde o comecinho, tinha ICQ vários meses antes de eu sequer saber o que era isso, e - como não? - rendeu-se agora à "moda" blogueira (não gosto de chamar de moda, acho que é uma tendência mesmo)... claro que é presença indispensável nos meus links, até demorei demais a colocar! Beijão enorme Drica :*

E tem também o blog da Deínha de Brasília, uma integrante da 'trindade' Ingui-Déia-Debbie (três lindíssimas irmãs de descendência alemã, olha que coisa!!) que também pousou no meu blog por acidente e me convidou para passar no dela. O que foi aliás muito curioso, porque eu dei de cara lá com a letra de uma música que eu ando ouvindo direto ultimamente - a saber, Don't Speak do No Doubt -, e até agora não sabia por quê. Afinal nem é uma música recente nem nada... mas eu bati o olho na letra e sabe que eu percebi que ela falava exatamente sobre o que anda me acontecendo?! E eu já tava viciado na música ANTES desse final de semana! O subconsciente das pessoas às vezes é meio assustador...

Enfim, sem mais novidades. Tô com vontade de escrever mais um capítulo do Farpas, pelo menos para honrar o link que ele ganhou no blog da Dri, mas hoje não dá. Quem sabe pra semana.


E é isso por hoje. Até a próxima inconstância...



Wind

1.5.02

Uma noite tão surreal que merece uma nota de rodapé:


Conheci hoje, por um imenso acidente, o irmão da nanni_. Estava com a Ninja no Empório, de bobeira, fui comprar uma bebida e encontrei a Lygia, prima dela, na mesa com umas amigas. Fui lá cumprimentar e tal, e de repente ela aponta para um cara do lado dela e diz "Esse é o irmão da Analygia". Ok, nada de anormal, exceto pelo fato de que tanto ele quanto ela moram em Belém!!! :P E eu fui conhecer ele hoje! Aqui em Ipanema :)

Foi uma coincidência bizonha, mas muito feliz. Ele é gente boa pra caramba, e a gente ficou batendo papo até o lugar fechar, e ainda sobrou o suficiente para que resolvessemos nos encontrar novamente amanhã. E olha que por muito pouco eu não fico em casa morgando hoje...

Enfim. Nada como situações sociais novas e felizes para compensar o fiasco das que apodreceram...


Só sinto falta da própria nanni. Onde se meteu você, mamãe?? Era a época perfeita para vc estar aqui bagunçando conosco...



Wind.