30.12.01

O fim se aproxima... o fim do ano mais louco que eu tive a infelicidade de viver. Um ano de bombas, explosões, tumultos generalizados. Um ano onde coisas que ninguém esperava que mudassem se reconfiguraram de repente. Um ano em que as redes de televisão atingiram suas maiores audiências com programas que continuam sendo informação manipulada, mas agora são vendidos como realidade. Um ano em que a realidade foi muito mais tosca e insana do que qualquer um poderia esperar.

Internamente, um ano de expectativa e, principalmente, frustração. Um ano longe de ser ruim como 2000, mas ainda mais longe de ser bom. Aliás, um ano de momentos maravilhosos e terríveis se alternando em velocidade recorde.

O que tirar disso? Muita coisa. Ou talvez nada. Talvez a verdade seja que o que eu tive como lições importantes na verdade eram a informação errada. Me feriu e não me acrescentou nada. Ou melhor (pior?), acrescentou sim, coisas errôneas e desnecessárias. Esse é um risco que pouca gente entende. Todos fomos criados para "aprender com os erros" e para "tirar uma lição de tudo". Mas quem fiscaliza esse aprendizado? E se a gente tirar a conclusão totalmente errada e estapafúrdia, e se agarrar a isso como a verdade absoluta? Pior, quando a gente fica marcado lá no subconsciente por essas coisas, e não se livra nunca mais?

Eu cheguei à conclusão de que não quero mais aprender com erros. Quero aprender com acertos. Quero tirar lições dos sucessos e não dos fracassos. Quero ter um ano de grande aprendizado e crescimento pessoal - mas porque eu me dei bem, e não porque me fudi. Chega de tomar porrada. Preciso de um descanso.

Eis minha resolução de ano novo.

Wind

28.12.01

Cara, sabe quando você queria muito, mas muito mesmo, simplesmente deitar a cabeça num travesseiro e dormir por uma semana sem se preocupar com NADA? Sem ter q pensar na roupa q tem que ir lavar, no supermercado q tem que fazer, na louça q tem q lavar, no banheiro q precisa urgente de uma faxina, com as contas que sempre comem todo o seu dinheiro e mais um pouco, com horário de acordar, horário de dormir, compromisso com qualquer pessoa ou coisa, trabalho, estudo, enfim, PORRÍSSIMA NENHUMA?!?!

Eu cortava um dedo fora só pra ter uma semaninha assim... às vezes morar sozinho é um porre.

Ah, tô estressado. Melhor ir dormir.


Wind

27.12.01

Ok, voltei. Ou quase. Fui o visitante 200 da minha página, não é meigo? :P Eu sei que devo um caralhão de atualizações lá no Farpas, mas eu cheguei em casa meia-noite e ainda tô aqui apenas esperando alguma notícia do além sobre o cara que - teoricamente - chega pra ficar aqui em casa amanhã. Não sei que horas nem aonde, mas deixemos isso pra lá né?

Apenas uma tirada básica: fui assistir ao Les Miserábles DE NOVO, dessa vez pra levar minha irmã... paguei a meia mais barata ($15) e assisti o espetáculo da platéia ($100 worth) pq tinha pouca gente e eles remanejaram :D

Morram de inveja (ou também nem liguem, quem se importa?). Amanhã eu volto à ativa.


Wind

21.12.01

Gente, estou viajando para São José dos Campos para o aniversário de 15 anos da minha prima Eliza e pro Natal. Dia 26 estou de volta, vou tentar postar meu blog de natal de lá antes da festa, mas se não der, saibam que eu desejo a todos, sem excessão, um natal útil. Não vou desejar um natal bom, porque de coisas boas que fazem mal a vida tá cheia. Pois que o natal de vocês seja útil, sirva para tirar alguma lição, alguma reflexão, que vocês crescam e evoluam e que não cheguem ao Reveillon sendo os mesmos. Aliás, já diria titio Gabriel, O Pensador: Seja você mesmo mas não seja sempre o mesmo. Existe frase mais genial que essa?
Até a próxima.

Wind

20.12.01

Yipiie yay! Adoro levar bolo!!

Bem, pro inferno. Não vou perder mais do meu tempo de sono com isso. Foda-se a prova e foda-se o mundo.


Wind

19.12.01

Ok, galera, eu admito que sou mala :P Mas eu não resisti e resolvi que vou postar diáriamente lá no Farpas pelo menos na primeira semana. É que a primeira semana de conto já tá praticamente escrita na minha cabeça e eu não consigo criar nada novo antes de ter tacado tudo aquilo na web. Então... podem ir lá que todo dia tem coisa nova :P até dia 24 (ô dia estranho) pelo menos. Depois disso, só Deus e o feedback sabem ;)

De resto, o que dizer? Amanhã tem prova de Combinatória, portanto se vcs me virem online hoje, ME NUKEM por favor :P eu PRECISO dormir.

Hasta la vista....


Wind
Eu tenho um piano de natal!!! :)


Comprei um jogo de luzinhas pq estava 3 reais e afinal de contas, eu amo luzes coloridas que piscam (vejam o post Por Uma Vida Menos Ordinária, parte 1). Mas não tenho árvore para pendurá-las... então tive a idéia. E não é que deu certinho o contorno do piano? Áté a divisão das partes que acendem separadamente ficou boa!


É isso por enquanto

Wind

18.12.01

Ok, eu prometi e aqui vai:


Farpas de Gelo, meu novo conto.


É, resolvi voltar a ser contista, e aproveitar essa mania de Blog pra fazer um conto seriado. Na verdade é uma idéia tão óbvia que não sei pq ninguém teve. Vai ver já tiveram e eu não sei, mas meu ponto não é a originalidade. Escrevo pq eu gosto e resolvi compartilhar isso também, já que não tem sentido nenhum em escrever uma história pra ler sozinho não é mesmo? E assim eu já fico sabendo na hora se tá agradando ou não e posso discutir a coisa em tempo real. Não é muito diferente do que a gente fazia nos áureos tempos da lista Contos, a [Ul-CT], que morreu há anos e ultimamente me deu saudades.

Bem, let's say no more. Lá tem a explicação da coisa toda e o primeiro capítulo. Por enquanto é isso galera. Até mais tarde.


Wind
Ai ai... eu ia fazer uma surpresa para todos hoje mas a conexão não colaborou. Então deixo pra amanhã. Enquanto isso vai aqui a letra da música q eu não consigo parar de ouvir. Na versão do Moments of Glory, o cd do Scorpions com a Filarmônica de Berlin, é claro!

STILL LOVING YOU

Time, it needs time
To win back your love again
I will be there, I will be there
Love, only love
Can bring back your love someday
I will be there, I will be there

I'll fight, babe, I'll fight
To win back your love again
I will be there, I will be there
Love, only love
Can break down the walls someday
I will be there, I will be there

If we'd go again
All the way from the start
I would try to change
The things that killed our love
Your pride has built a wall so strong
That I can't get through
Is there really no chance
To start once again
I'm loving you

Try, baby, try
To trust in my love again
I will be there, I will be there
Love, our love
Just shouldn't be thrown away
I will be there, I will be there

If we'd go again
All the way from the start
I would try to change
The things that killed our love
Your pride has built a wall so strong
That I can't get through
Is there really no chance
To start once again

If we'd go again
All the way from the start
I would try to change
The things that killed our love
Yes, I've hurt your pride and I know
What you've been through
You should give me a chance
This can't be the end
I'm still loving you
I'm still loving, I need your love
I'm still loving you...

Wind


Ps: Aguardem surpresas.

17.12.01

Ai ai... mais uma semana de aulas pela frente. E uma prova na quinta. Não é o máximo?

Anyway, who cares? Merry fuckin christmas to you all, já diria o Mr.Garrison....

Wind

16.12.01

Olha que inusitado: Minha outra irmã biológica, KK, agora também tem blog. E nem me avisou! Mas eu descobri (ahá!) e agora está linkado aqui também :) Apesar do plágio do Template (oras, vá catar um pra vc! Eu vi primeiro!), e do título que deve ter sido feito pelo Jonathan, e q, IMHO, não tem muito a ver com ela :P, o Blog tá legal. É a peça que faltava na tríade familiar de idéias esquisitas, e o primeiro post dela já fala da BEBECA, minha linda gata e meu único e verdadeiro amor, um amor impossível pq ela é uma gata (acho) e eu sou um humano (again, acho), e eu não sou chegado nessas coisas de bestialismo :P (A saber, mulherada, a Bebeca tem minha alma, mas ela já consentiu que outras usufruam do meu corpo, ela não é materialista. Que sorte a de vocês!)

Bem, fora isso, mais nada. Assistam Monsters Inc. É muito engraçado, e meigo. Eu quero a Bu pra mim. Amanhã a gente se vê. Fui.


Wind

15.12.01

Cheguei em casa às 6:00h. Que horário mais ingrato pra se chegar, exatamente na hora em que começam a cobrar impulsos de novo! Mas paciência, eu não vivo sem esse vício, e acabei ignorando os trocados a mais q terei de desembolsar e entrando mesmo. Entradinha básica, só checar e-mails e dar uma visitada rápida nos Blogs da galera atrás de atualizações. E foi no blog da minha irmã q eu vi um link para o Blog do meu primo, que eu inclusive já conhecia, mas não tinha linkado ainda pq, na ocasião em que o li, ele tinha apenas um post - para o qual, se eu linkasse, seria um tanto quanto narcisista, admito - e uma intenção já expressa de não mudar esse estado por um bom tempo. Mas eis que haviam novos posts. E posts interessantes, devo acrescentar. De uma maneira própria, estilosa, quase hermética, ele tem feito no Blog dele a mesma coisa que eu faço no meu: divagar sobre a vida, e partilhar isso.

Isso me fez pensar sobre a utilidade de um Blog. A maioria das pessoas que eu conheço e que não têm blogs, exibe uma idéia um tanto preconceituosa sobre eles. "São diários como aqueles que a gente fazia na quarta-série, com a desvantagem que não se pode colar papel de bombom" me disse uma amiga. Será mesmo? Como afirmar isso sem visitar alguns blogs? Em que as pessoas se baseiam para ter essa idéia?

Não acho que os blogs possam ser avaliados de maneira tão rápida e leviana. Para começo de conversa, eles não têm parâmeto de comparação. São um conceito novo, inédito, imprevisível. E pelo pouco que já vi dessa nova mania online, ela pouco tem a ver com um "diário".

É claro, não vou negar que existem Blogs do tipo "Hoje meu dia foi assim, minha tarde foi assado, etc". Mas eu esbarrei com um número surpreendentemente peqeno desses durante minhas surfadas pela rede. A maioria dos Blogs são lares de opiniões pessoais, artigos, críticas, pensamentos, enfim: idéias... visões de mundo de pessoas comuns. Existem ainda os blogs usados para mais ou menos o mesmo fim de listas de discussão, como o das meninas do #cinéfilo ou tantos outros. Mas em grande parte, são a casa de pensamentos, divagações, teses e teorias. O blog do meu primo não fica atrás. Ele é indiscutivelmente fora dos padrões literários imposto por jornais e revistas, mas ainda assim fascinante na sua profundidade e sinceridade. É 100% humano, sem qualquer restrição de forma ou tamanho.

E assim são vários blogs que eu eventualmente leio, e sobre os quais ulimamente tenhno repousado meu foco de interesse. Me sinto atraído por eles, porque eles mostram o mundo pelos olhos de pessoas comuns, às vezes desconhecidos, mas que têm muita coisa a mostrar, a dizer, e agora têm a oportunidade de fazê-lo sem ter que olhar você nos olhos, sem ter que passar por cima das limitações da timidez ou das dificuldades de expressão. É um mundo utópico, onde todos podem fazer a informação sem a pressão de um editor, um censor, ou um limite de tempo. É dividir sua vida com quem quiser. É liberdade.

Acho que todos deveriam tirar uma hora de seus dias para achar um blog randomicamente entre os milhares que existem, e lê-lo de cabo a rabo. Ao final, poderão estar embasbacados, indignados, penalizados ou entediados. Mas não serão os mesmos, pois terão sido tocados por uma outra vertente, por mais medíocre e insossa que seja. E é desse tipo de coisa que a alma se alimenta, para "crescer e ficar forte". Num acesso de (falta de) senso de humor, digamos que Blogs sejam vitaminas da alma :) E são como pizza: mesmo quando são ruins, são bons.


Viajando...

Wind

13.12.01

foi só falar q voltou!! Argh!

Wind
Não há limites para as bizarrices do Blogger...

Descobri q quase todos os meus archives, exceto os primeiros posts, foram pro caraio, e pior: Quando eu acesso os primeiros arquivos, a página vai com o template velho!! Literalmente, A Link to the Past! (isso não era nome de jogo de videogame?!)

Anyway, pessoas, testem e abusem do meu comments novo. Quero ver se ele funfa mesmo, so nod if you can hear me.

Wind
EU SOU FODA!!

Bem, para não ter que passar de novo pelo apuro de colocar um sistema de comment fajuto no meu Blog, eu adicionei o MEU PRÓPRIO. Não só agora os comments ficam numa página minha, como eu posso mexer no código como eu quiser (quer dizer, não tanto assim q eu ainda não entendo de PHP), e ficou até mais bonitinho. Tá da cor do site até! :P

Bem, para as pessoas que comentaram os últimos posts e que realmente querem bastante que eu leia os comentários, por favor, comentem outra vez. Eu nem sei quanta coisa eu perdi com essa palhaçada da Snorland. Mas não vai acontecer outra vez, meu público fiel.

Sem mais delongas...

Wind
Aaaaaaaaaaaaaahhh!!

Eu ODEIO sites amadores escrotos que simplesmente param de oferecer serviço sem mais nem menos :P Conclusão, o Snorcomments morreu e levou meus comentários junto! Bem, whatever, quem precisa de feedback mesmo?

Estou acessando da faculdade pela primeira vez... conexão 10, máquinas 0 :P Nunca vi tanta carroça enfileirada...

Bem, pacência. Vou catar outro comentador mais tarde quando eu estiver numa máquina que preste (a minha!)

P.S.: Passei dos 100 visitantes!! Mas como eu não sei ver quem é pq o IP é geralmente de um provedor com IP dinâmico, e mesmo se eu soubesse eu não ia dar nada além de um "parabéns", então.... dane-se :P hehehhe

Wind
Caralho, onde foi parar o SnorComments??? Abduziu meus comentários!!!! Eu quero de volta!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!

Hehehehehe, ai ai. Eu não devia ter comprado aquela garrafa de cachaça :P Tô viciando em caipirinha, yummie

É engraçado como às vezes se constrói castelos com areia pensando que é concreto....


Wind
Another day, another bruise.

And, once again, let's swallow it up... just a spoonful of sugar helps the medicine go down, yeah...

Still, I can't seem to find no sugar with things messing up everywhere.
Não é simpático? Vi isso no site da Liesl e não resisti. E olha que legal, ela - que é minha irmã - saiu a Eowyn, irmã do Eomer :) Coincidência?

Eomer

Eomer

If I were a character in The Lord of the Rings, I would be Eomer, Man of Rohan, heir to the throne, nephew of Theoden and brother of Eowyn.

In the movie, I am played by Karl Urban.

Who would you be?
Zovakware Lord of the Rings Test with Perseus Web Survey Software

12.12.01

A vida nos prega muitas peças. E nos inventa muitas sinucas de bico também. Quando você acha que a vida está complicada, não diga isso muito alto... em breve choverão motivos para você pensar na situação anterior com saudades. Existem coisas simples de se resolver, e coisas que desafiam nosso coração e nossa lógica. Como por exemplo: Como conviver com alguém que fere você copiosamente e sem a menor intenção? Como lidar com uma pessoa que quer seu bem, mas inconscientemente lhe causa o inferno?

Achei que estava melancólico hoje, mas descobri que estou é literalmente triste. Tristeza literal é aquela que não vem com mágoa nem rancor, e nem dor. Ela é pura, calma como uma lagoa cristalina, gelada como a neve, cinzenta como um entardecer nublado. Essas tristezas geralmente nascem de conclusões tiradas com ponderação, equilíbrio, e a seu tempo. E hoje eu cheguei a uma conclusão dessas, que me deixou essencialmente triste. Não consigo conviver, por mais que eu queira, com alguém que me fere querendo me acariciar. Não consigo, por mais ternura que haja nos olhos, suportar as pedradas que a mão que acaricia eventualmente e fatalmente me acertam. Não há rancor, não há mágoa. Pois não são agressões que sofro, é amor na fonte. Mas há uma incapacidade de traduzir esse amor da maneira certa. Há um erro - irreparável, pois nasce da própria natureza selvagem do ser - no processo, e mais e mais, eu sofro com a proximidade que deveria me trazer calor, com a sinceridade que deveria se traduzir em confiança e compromisso, com a naturalidade que me deveria ser dádiva.

Como então, fazer a pessoa entender, que me afasto não porque a odeio, ou porque estou magoado, ou mesmo porque não a ame? Como justificar, efetivamente, um afastamento se há tanta boa intenção, tanta necessidade de presença e contato? Como fazê-la entender que não é culpa dela, ou minha, ou de qualquer um senão o Deus que nos criou tão maravilhosamente defeituosos? E como suportar a dor no olhar de alguém que descobre que sua amizade é motivo de sofrimento ao objeto de apreço?

São perguntas para as quais não espero resposta, pois não há. Mas cada corte aumenta a cicatriz, e uma hora o sangue vai jorrar e manchar muita coisa, muita coisa ainda recém nascida, imaculada, inocente. É uma corrida contra o relógio, contra meu próprio organismo, é uma luta interior na tentativa de escolha do mal menor. Mas não existe tal coisa como um "mal menor". Um mal é um mal, e eu sofrerei imensamente, até o fim da vida, por causa dele...


Wind

10.12.01

Por uma vida menos ordinária, Parte 1



Ok, conforme havia sido previsto, estou sem sono algum. Logo, estou assumidamente no plano B: ir dormir quando der sono, acordar cedo e passar o dia inteiro zureta de sono, para dormir cedo amanhã. Regular relógio biológico é uma merda. Melhor dar uma saída para refrescar a cabeça. E foi o que eu fiz.

Enquanto andava pelas ruas desertas do Flamengo nesse domingo à noite, eu comecei a pensar mais sobre a sensação esquisita que está estacionada sobre minha alma já faz um tempo. Uma sensação de que algo falta, mas não sei o que. Comecei a destrinchar tudo, e fui tirando algumas conclusões....

Acho que é o natal. Natal é uma época diferente do resto do ano. Não é como páscoa ou carnaval, ou qualquer outro feriado. Natal e Ano Novo, as famigeradas Festas de Fim de Ano, tem uma aura e um clima totalmente próprios. Não vou ser piegas e falar bobagens sobre espírito natalino nem ser iconoclasta e falar sobre a apologia ao consumismo. Pelo sim ou pelo não, natal mexe espiritualmente com as pessoas. Ao menos comigo.

Então por que eu me sinto tão vazio e pequeno ultimamente? E por que essa sensação de que tem algo a ver com o natal? Me pûs a relembrar natais passados... não os que passei na casa de parentes ou indo aonde a família fosse, esses não são base de comparação, mas sim todos os natais desde que vim morar no Rio, longe dos parentes e seus natais tradicionais. No meio das lembranças, encontrei uma sensação boa, presente em todos os natais, e que curiosamente eu não sentia agora...

Não dá pra explicar ao certo o que é. É mais ou menos uma sensação de aconchego, de algo te envolvendo, te abraçando, mas ao mesmo tempo te instigando, te desafiando, mantendo você interessado. Não sei se isso fez algum sentido, mas é o mais próximo que consigo chegar de uma explicação. Lembro-me de ter sentido isso fortemente em momentos específicos... no natal de 1998 para 1999, quando eu estava ajudando a mãe da minha então namorada a decorar a casa.... em 1999 para 2000, quando levei vários amigos para meu sítio e fizemos nosso próprio reveillon... e no ano passado, quando assisti aos fogos na praia de copacabana, esfregando a areia nas mãos e desejando intensamente por 20 minutos não ter que ir embora...

Talvez tenha um pouco a ver com isso também. Nos últimos 3 finais de ano eu estava esperando resultados de vestibular, e sem saber onde eu estaria em alguns meses. Isso com certeza fez com que eu vivesse mais intensamente. E embora eu tenha conseguido por 3 vezes consecutivas continuar morando no Rio, o futuro era sempre incerto. Agora, não há novidades. Estou na faculdade, num apartamento que é praticamente meu, e com a vida um tanto estabilizada. Não estou reclamando, pelo contrário... busquei essa estabilidade durante muito tempo. Mas há um efeito colateral que eu não previ. As coisas estão todas tão normais... nada de grandioso, nada de excitante, nada de desafiador. Nada de intenso. Esse natal sem férias, sem grandes viagens ou sem grandes reuniões, esse Reveillon sem virada de milênio (falsa ou verdadeira), sem aquele clima de "o mundo vai acabar então vamos festar pra caralho", me deixa murcho. Me sinto sozinho, sem uma turma a quem chamar e dizer "ei, vamos nos reunir e fazer aquele festão?". Em 98, eu era mais próximo da galera do Trails antigo... em 99, era a turma que frequentava minha casa nos saraus... Gurahl, Ritinha, Sarah e Gabi.... em 2000, a galera do Wicca (que eu conheci aliás há exatamente 1 ano e 1 dia, no saudoso IRContro de Taubaté!)... e esse ano? A micro-turminha de 4 pessoas com quem eu andava enjoou e se separou... e eu não consigo imaginar uma "festa" de ano novo ideal com mais de 2 pessoas, devido à imensa quantidade de "se ele for eu não vou" que rola hoje em dia, e, sinceramente, porque eu não me divirto mais com essa galera. E não adianta olhar para trás e tentar reaver as turmas tão legais dos outros anos, pois quem não sumiu ou provou ser um escroto babaca, hoje não tem assunto para meia hora de conversa comigo.

Fico pensando se fui eu ou foi a vida que me separou de tanta gente... mas acho que foram ambos. A vida, porque ela tem sido uma eterna roda da fortuna nesses meus 3 anos de Rio... e eu, porque no fundo, é minha sina de aquariano não ficar numa roda social por muito tempo. Mas é triste sair das rodas antigas sem ter nenhuma roda nova em que ingressar. E é exatamente essa a fase que eu estou atravessando. E justamente no natal. Que azar o meu.

Foi exatamente nesse ponto do raciocínio que eu passei na frente de uma das poucas árvores de natal que não é desligada depois de um certo horário para economizar energia, e de súbito me ocorreu uma realização inédita sobre minha fixação por luzinhas. As luzes de natal, especialmente as coloridas, tem sobre mim o efeito de causar aquela sensação, aquela lá de cima, quase que imediatamente. Fiquei lá mesmerizado, como sempre, mas dessa vez surpreso em perceber que minha sensação de vazio se desvanece quase que imediatamente quando eu estou olhando as luzes. Infelizmente, não podia ficar lá com cara de tacho o resto da noite, e vim para casa maquinando um plano de comprar amanhã uma árvore e um cordão de luzes para por na minha mesa homemade. Quem sabe assim eu fico menos solitário? Difícil vai ser ir pra cama... vou passar a noite inteira na sala olhando pra árvore e babando :P

Apenas mais um comentário.... EXATAMENTE há um ano atrás, na madrugada de 09 para 10 de Dezembro, eu vivi um momento muito bom da minha vida, com uma pessoa muito legal. A gente não ficou nem nada, não naquele dia, mas estava rolando uma química sem igual entre a gente. Uma coisa que até então eu não achava que existisse fora dos textos do período Romântico ou dos filmes água-com-açúcar de Hollywood (os bons!), mas que se provou deliciosamente real para um garoto surpreso e deslumbrado. Eram - como expressar em palavras? - dois universos que se tangenciavam, se tocavam, se entrelaçavam, e se atraíam.... eram todos os olhos, os da mente, os do coração e os da alma, olhando atentamente dentro um do outro... uma cumplicidade silenciosa e total, uma fascinação... o nosso quase-beijo no fim da noite selou alguma coisa que eu ainda não entendia o que era, mas que estava muito, MUITO envolvido para não tentar descobrir a qualquer custo.

Bem, um ano se passou, milhares e milhares de coisas aconteceram, a vida real atropelou o sonho como um rolo compressor, e hoje aquela menina sumiu da minha vida. Eu só queria que ela soubesse, onde quer que ela esteja, que eu sinto muitas saudades. Não que eu ache que vá acontecer novamente, ou mesmo que seja possível. Na verdade, acho que um ser humano só tem direito a viver uma coisa dessas uma vez na vida, e a minha já passou. Mas eu lembro disso com muito carinho. E muita nostalgia. Só queria que ela pudesse saber disso...


Um brinde ao Fantasma do Natal Passado.


Wind

9.12.01

Apenas mais um comentário sobre sábado à noite e o trânsito... eu tenho certeza que quando eu tirar carteira, meu carro vai ficar na garagem todo sábado à noite. A maioria dos acidentes feios acontece sábado à noite, pelo menos os q eu fiquei sabendo ou presenciei. Hoje voltando de Copacabana pra casa, tava percebendo isso... como as pessoas não param em sinal nenhum, correm pra cacete, quase atropelam todo mundo... e não deu outra. Acabo de ouvir uma batida aqui perto. Feia, pq só teve meio segundo de freada antes da porrada. Espero q não tenha morrido ninguém... uma das passagens mais traumáticas da minha vida foi o acidente q eu vi acontecer num sábado à noite desses, no começo de junho desse ano. Eu escrevi um longo texto sobre isso, depois eu posto ele se for de algum interesse. Mas o que q eu tô falando, o único interessado nas coisas q eu escrevo sou eu mesmo. E quando muito.

Odiando profundamente sábados à noite

Wind
Quanto tempo sem postar.....

Bem, chegou fim-de-semana, o último de minhas "férias frustradas" se Zeus quiser, e eu aproveitei para sair. Rever a galera do Rio, que por incrível q pareça, eu não vi a semana inteira. Ultimamente ando meio introspectivo, desde Floripa eu estou assim... sem a menor vontade de saír, sem a necessidade de ver gente, vivendo no meu mundinho e gostando disso. O que é estranho, porque desde que me mudei para cá, a minha vida era algo como "Hoje é sábado, preciso sair ou meu nariz vai apodrecer e cair da cara!!!!"... e de repente, eu estou novamente como aos 13 anos de idade, isolado do planeta dentro da minha casa, e achando isso o máximo. O que será que houve?

Existem os prós e os contras, e os q ainda não decidi aonde se encaixam. Prós mais óbvios, eu não gasto dinheiro e eu não preciso me estressar escolhendo lugares democráticos pra ir ou arrumando programas do nada (acaba de me ocorrer, será q depois de ter passado Outubro e Novembro quase inteiros ciceroneando 2346367 pessoas que vieram passar um tempo aqui no Rio, arrumando o que fazer e onde levar, eu estou desligando a parte do meu cérebro que cuida dessas coisas? Faz um certo sentido.... ). Outra vantagem é que se as pessoas vão fazer coisas que não me agradam ou se não estão disponíveis, eu simplesmente não ligo.

Os contras são, é claro, a vida sedentária, o abandono dos amigos (não sei do q eles sentem falta exatamente, mas eles reclamam), e o desastre ecológico que se instaura no meu relógio biológico quando eu faço isso. Viver numa ostra sem contato com o dia e a noite é fatal para meu sono. Já não sou dos mais regulados, e a coisa piora muito com o fato de que eu fico entrando na internet toda noite depois da 0:00h pra economizar, e só saio quando eu canso de fazer tudo o q eu costumo fazer aqui - incluindo escrever essa pagininha.

E tem as coisas q não sei se são boas ou ruins... basicamente o fato de que eu não ligo mais para nada. Nada me deixa chateado, nada me deixa feliz, nada me incomoda, nada me agrada. Estou neutro para o mundo. Acho que é porque tem alguma grande chateação fervendo aqui dentro que está me anestesiando para todo o resto... acho não, tenho certeza. Mas infelizmente essa é uma das coisas que ou você engole, ou vc prejudica outra pessoa para pôr pra fora. E eu vou preferir engolir, por enquanto.

E também o fato de que estou vivendo só pra mim. Estou sendo tudo de egoísta, insensível e centrado no próprio umbigo que eu não fui no resto da minha vida. Er, ok, a parte de centrado no próprio umbigo eu admito, é padrão e eterna :P Mas não estou mais levando tanto em conta o que outros vão pensar ou as consequências do que eu faço para as outras pessoas. Estou meio cansado disso tudo, não é que eu não queira mais, simplesmente não consigo. Talvez essa seja toda a razão pela qual me afastei do planeta, para não ter que me preocupar se minhas ações e atitudes vão magoar os outros. E sabe do que mais? Funciona. E enquanto funcionar, e enquanto for preciso, é o que eu vou fazer.

E agora, uma tangente totalmente não-relacionada, um texto q eu recebi hoje e achei fantástico. Leiam ele aqui, vale a pena. É um texto do Oscar Wilde que fala sobre amor, recebi hoje por e-mail da Déa e gostei, especialmente do final. Leiam até o fim, portanto.


Wind

7.12.01

P.S.: EU FUI O VISITANTE Nº 24!!! Er.... tá né? :P

"Eu sou um chato, meu deus, não me aguento... só me tacando no mar...." Oswaldo Montenegro - O Chato

Eu
Cheguei a uma importante conclusão... uma conclusão crucial. Importante! Deveras importante!! Algo que mudará minha imagem para sempre, ao menos no meu próprio conceito:

EU SOU UM CHATO!!!!!!!!!!!!!!!!!! :D



Sim, eu sou! Um pentelho!! Um mala-sem-alça!!! Um saco puído de blocos de granito!!!! UM PÉ NO SACO ESCROTAL!!!!! COLIDINDO EM VELOCIDADE ALTÍSSIMA!!!!!
O pior é que eu GOSTO de ser chato! Me dá PRAZER!! Eu REALMENTE ME SATISFAÇO COM ISSO!!! huAHUahUahAUhUahUahUahUahUAhUahUahUahUAHUAHuahUAHUAHUAhuahUAHa
Logo, parem de me levar a sério. Muitas das coisas q eu tenho de irritante são intencionais e se vcs se irritam vcs só me fazem sentir melhor. Desistam, é inútil. Mais fácil me trancar num quarto escuro e jogar a chave no triângulo das bermudas. :PP
Perdoem o estado mental avariado, mas é que depois disso aqui, minha sanidade mental está comprometida! Se vc quer entender melhor o meu estado atual, leia esse fantástico blog!!

Aaaah, preciso dormir!! See ya later alligator!

Wind

5.12.01

Eu já tava meio tristinho que depois de colocar os links, um Guestbook e um sistema de comentários, fazia tempo q eu não incrementava meu Blog com alguma bobagem... então resolvi colocar um counter :) Cansei de esperar vcs assinarem ou comentarem! Entrou aqui, tá carimbado!! Vamos descobrir exatamente quantas mosquinhas voam em círculos sobre essa m*rd* de página q eu escrevo :)) ("que escatológico!", como já diria o Freakazoid)
Aliás, falando em adição à página, no dia q coloquei eu tava tão mal-humorado q acabei nem comentando no post... mas quem olhou bem reparou q agora também tô linkando pro blog da Ju, minha queridíssima amiga, uma das 3 biólogas brasilienses mais lindas do universo (junto com a Ana Loo e a Izy), e que tem um blog de desabafos pessoais muito legal de se ler, embora ultimamente a temática não esteja exatamente feliz :/
Força amorzinho, crises vão e vem e a gente segue firme. Qualquer coisa eu tô aqui para conversar sobre assuntos absolutamente não-relacionados e fúteis :D
Amigo (palhaço) é pra essas coisas....

Wind

4.12.01

Voltou a funcionar!!!! God damn sentimental machines!!!!!

Bem, ao menos escapei do (gulp) Fdisk :P E minhas mp3 ainda vivem, não é o máximo? :D
E de lambuja agora eu tenho um joystick decente!! Eu simplesmente adaptei o do Playstation para o computador! É meio complicadinho, tem q mexer com solda (eu baguncei a casa toda com isso!), mas o resultado é ótimo :))
Agora q eu tenho 2 controles, quero ver quem é q vem bater uma disputa de X-Men vs Street Fighter aqui em casa ;)

Heheheheh

Wind

Ah, a dor. Ah, o sofrimento. Ah, o técnico filho da puta que esqueceu de colocar a Serial do Windows98 no HD junto com o resto da instalação :/
Conclusão: estou tendo que me acostumar ao BeOS na porrada, e sem muitas esperanças de recuperar meu wíndiows sem tascar uma format bem gostosa no outro HD :/ Como dói me separar de minhas mp3.... oh vida!

Revoltado

Wind

1.12.01

A Torre...

A Torre deve ser a carta mais cruel dos arcanos maiores do Tarot. Não que ela seja essencialmente negativa, mas para o bem ou para o mal, ela é cruel. Cruel porque sua essência é o brusco, o inesperado. Raramente, ao ver a Torre em um jogo de futuro, sabe-se do que se trata, muito embora depois do ocorrido seja extremamente fácil dizer quais os fatores que levaram ao ponto de ebulição. A mudança indicada pela Torre é um impacto súbito, não algo gradual como a Morte. É sempre uma surpresa, sempre pega você desprevenido, e isso não é lá muito agradável.

E a pior dessas surpresas desagradáveis é, sem dúvida, a traição. A traição é uma covardia, é um golpe que você não vê chegando e do qual não tem como se defender. E não estou falando de traição de uma maneira simplista ou figurativa, como traição conjugal ou traição política. Estou falando de traição à sua própria essência. É uma sensação difícil de descrever, é como se você estivesse atravessando um lamaçal andando de pedra em pedra, tomando extremo cuidado para não pisar em falso. E então você encontra uma pedra, analisa ela, o terreno em volta, a firmeza, pisa umas 20 vezes para ter certeza que é segura, submete ela a um peso maior do que o seu para não deixar qualquer dúvida, e finalmente quando você se convence e sobe na pedra sem o menor medo, ela afunda embaixo dos seus pés como chumbo em água. E você estava tão convencido que era seguro, que nem um pé na outra pedra você deixou.

São horas como essa na nossa vida em que a gente se assombra, em que a gente por um instante compreende com clareza toda a força motriz que flexiona um dedo no gatilho. Nada é tão imoral que seja inconcebível. Todo o nosso mundo de ética e respeito se dissolve em lágrimas, não de ódio, pois ódio é um sentimento elaborado e requer tempo para se formar. Quando alguém que você ama - realmente ama - esfaqueia você covardemente e para matar, a única coisa que nasce em seu coração é tristeza. Uma enorme, fria, dolorosa tristeza .Tristeza por ter sido ingênuo, por ter sido e vivido uma mentira, e acima de tudo, por ter merecido isso, apesar de toda a sua dedicação pelas pessoas próximas. É como se alguém tivesse o melhor de você, e ainda assim, preferisse se beneficiar da sua ruína e não da sua vitória - mesmo você tendo compartilhado tantas vitórias com esse alguém. É triste, é hediondo, é difícil de aceitar. Mas é. Foi. E sua mente em vão busca uma desculpa, uma possibilidade por mais escalafobética que seja, de ter sido tudo um mal-entendido, um desastre resultado de boas intenções.

Mas não é. A traição é o mais cruel dos crimes justamente porque não há traição bem-intencionada. Se alguém que conhece você intimamente e sabe exatamente o que te magoa e o que não magoa, ainda assim, comete uma agressão - física, moral ou psicológica - contra você, não é mal-entendido. É uma prova cabal que essa pessoa não tem o menor respeito por você. Nunca teve. E você que viva com a dor das cicatrizes, pois feridas na alma sempre deixam sequelas.

Wind

29.11.01

Gente, vim ver minha pagininha e descobri que nem as moscas o lêem :P Kd o feedback, galera?? Tem alguém aí ...aí ....í??

Abandonado no (cyber)espaço....

Wind

27.11.01

É mole? Entrei pra ver como tava o Bloguinho e o site de comentários tinha mudado de url :P Tive de atualizar o template, e acabei aproveitando pra colocar ali no cantinho um link pro Blog da Nat, a ruivinha de 1,48m designer e bailarina com quem eu não converso direito há um tempão, e tô morrendo de saudade :)

Agora deixa eu ir q tá muito cedo pra fazer isso. Inté.

Wind

Estou na casa dos meus primos, roubando uns 10 minutinhos da noite de internet da minha prima Ana Luz, pra dar um sinal de vida

Estou pensativo hoje. Pensativo demais. Muitas idéias na cabeça, e muito poucas conclusões para colocar algo de definitivo aqui. Queria escrever sobre escolhas, sobre mudanças que se passam na nossa cabeça, sobre idéias que nascem quando elas não deviam nascer. Enfim, sobre como nossas vontades e nossos momentos traem nossos próprios planos, a maioria das vezes. Mas eu penso sobre o assunto, e nada de útil vem à minha cabeça. Mas acho que no dia que eu desvendar isso tudo, eu terei evoluído do estado "humano" e não precisarei escrever mais nada, sobre nenhum assunto. Essas questões são como um fardo inevitável na nossa condição. Fazer o que.

Acho que falei, falei, e não disse nada, mas enfim. Era só pra dar um alô mesmo. Até a próxima.

Wind

25.11.01

Mais uma adiçãozinha bonitinha ao meu Blog. Agora ele tem um sistema de comentários, com um link no final de cada post para que vocês escrevam a bobagem que lhes vier na telha sobre as bobagens que vêm na minha. :)

Como eu disse, estava calmo demais. Hoje briguei com minha mãe (tava demorando...) e descobri q a coisa aqui tá braba a ponto de ela querer vender o carro. Sigh. É um Vectra tão fofinho... mas paciêcia. Quem manda eles trabalharem pra contratador que dá o cano na hora de pagar?

Andei acessando a página da UFRJ e lendo a descrição do meu curso para ver se eu me reanimo a estudar. Depois de tanto tempo, eu estava parecendo um tanto desviado da minha empolgação inicial. Todo mundo sempre diz que quando vc entra na faculdade vc se decepciona, mas eu não esperava uma zona dessa magnitude. Preciso me focar de novo, eu gosto do que eu faço, e tem coisas lá na UFRJ que realmente são legais, mas.... bem, enfim. Não tem ânimo que suporte tanto tempo de ócio.

Falando em ócio, o Domingo passou e eu não fiz nada. Mas sabe que isso não tem me preocupado? Estou relaxando depois de muito tempo tenso com tudo. Pena que não vai durar muito, mas há de surtir algum efeito. Acho. Espero.

Talvez mais tarde eu vá no Boliche. É um programa divertido e eu não vou já tem um tempo. Programa pra quem tem dinheiro, ou pra quem não tem e gasta assim mesmo (eu).

Nada mais a declarar.


Wind

Mais um dia amanhece, e mais uma vez nada de mais acontece. Essa placidez chega a ser estranha... não estou acostumado com uma calma tamanha. Geralmente, quando tudo está quieto demais, é que o tigre salta de trás do arbusto para rasgar nossa jugular... mas por outro lado, não creio que haja nada que possa acontecer agora que realmente me atinja. Isso é ainda mais assustador. Quando você não faz a menor idéia de como pode ser atingido, você é pego absolutamente despreparado pelo tiro.

Pode ser apenas paranóia, mas calma e paz são coisas que eu não conheço e de quais ultimamente ando duvidando da existência. Ao voltar para casa, as aulas estarão voltando, o dinheiro estará acabando, e as pessoas estarão estranhas. Ou eu estarei estranho a elas. Tem algo me dizendo isso no fundo da minha cabeça. Tenho que tomar cuidado, é claro, para que minha preparação para o pior não acidentalmente ajude o pior a acontecer... mas que está tudo muito quieto, está.

E outra coisa esquisita é que eu ando ainda mais incapaz de planejar coisas e pensar adiante do que eu normalmente já sou. E olha que eu achava que isso era impossível! Mas se me perguntarem agora o que eu penso que vou estar fazendo em 5 horas, eu caio numa sincera e mordaz dúvida. A sensação de que nem ao menos sei se estarei vivo agora me rodeia como uma bolha apertada, e toda a minha vida se apresenta a mim como que coberta por uma neblina densa que me impede de enxergar mais de um palmo em qualquer direção.

Instaura-se então a terrível constatação: sei que nada sei. Não me perguntem nada de importante, nem esperem de mim qualquer grande informação. Estou alheio ao mundo, e o mecanismo de todas as coisas a meu redor me parece alienígena e nada amigável. O máximo que consigo fazer no momento é raciocinar sobre as coisas e despejar os resultados das discursões aqui no Blog, ou nos ouvidos de qualquer eventual ouvinte. Não faço por vocês, faço por mim. Logo, ninguém precisa realmente ler ou escutar o que eu penso. Apenas finjam que o fazem, e todos sairão satisfeitos :)

Trying to figure it out,

Wind

Levei um puxão de orelha virtual agora!! Foi mal maninha, eu ia colocar um link pra lá ONTEM (juro!!) mas acabei me demorando pra fazer um guestbook pra página da minha irmã (biológica) e fiquei com um sono danado. Parece desculpa esfarrapada, mas ei, se fosse pra arranjar desculpa, eu pensaria numa melhor não é mesmo?:P

Logo, aqui está em definitivo o link pra página da Liesl, minha irmãzinha do #cinefilo, quem me arrastou pra família de lá inclusive, e hoje em dia uma mulher casada e feliz, que mora num cantinho de Washington D.C. e descreve coisas interessantes de seu dia-a-dia no Blog (viu? eu leio!) :)

Por enquanto é só... se eu tiver mais alguma coisa interessante para escrever, farei-o mais tarde. :) Vejo vocês.

Wind

24.11.01

AEEEE!!!

Como vcs podem ver, agora meu querido bloguinho tem um Guestbook assinável e vível :PP Vi que na pagina da mamãe tinha um, abri o código fonte e descobri na porrada como se faz :) Modéstia à parte, ficou simpático. Assinem-o, já que e-mail q é bom eu nunca recebi de ninguém... chuif...

Bem, fora isso, a semana que passou aqui foi de férias das minhas férias. Ando descansando o cérebro de tudo, me pego às vezes por horas a fio sem pensar nem fazer nada... espero que eu não me desacostume a usar o cérebro :P

As aulas parecem estar voltando... fazer o que né? Pela primeira vez, eu não quero ir embora daqui :/ Mas Murphy é assim mesmo :P Sem muito mais a declarar, dou lugar a minha querida irmã, que hoje a noite de internet é dela. :) Cheers everyone.

Wind

20.11.01

Não consigo parar de escutar Les Miserables... especialmente Empty Chairs at Empty Tables, a canção que Marius canta lembrando todos os amigos que morreram nas barricadas, no bar onde eles se reuniam, que agora está completamente vazio... essa música é de uma tristeza tão absurdamente dolorosa, que chega a ser viciante.

Sim, eu sei que é meio mórbido, mas... fazer o que? Acho que vou transcrever a letra aqui.

Empty Chairs at Empty Tables



There's a grief that can't be spoken
There's a pain goes on and on
Empty chairs at empty tables
Now my friends are dead and gone

Here they talked of revolution
Here it was they lit the flame
Here they sang about 'tomorrow'
And tomorrow never came

From the table in the corner
They could see a world reborn
And they rose with voices ringing
I can hear them now
The very words that they had sung
Became their last communion
On the lonely barricade at dawn.

Oh my friends, my friends, forgive me
That I live and you are gone
There's a grief that can't be spoken
There's a pain goes on and on

Phantom faces at the window
Phantom shadows on the floor
Empty chairs at empty tables
Where my friends will meet no more

Oh my friends, my friends, don't ask me
What your sacrifice was for
Empty chairs at empty tables
Where my friends will sing no more.

...

19.11.01

Oi de novo, respeitável público. Perdoem-me a falta de atualizações (quem eu estou querendo enganar, já passei 2 meses sem escrever pra essa bodega e ninguém ligou. Nem eu.), mas saibam que não esqueci desse meu cantinho durante meu tempo fora. Pelo contrário, cedi aos ímpetos de escrever quando eles vieram, anotei tudo no bom e velho papel (volta e meia me pego reparando como minha caligrfia se deteriorou depois do advento dos computadores... triste.), e agora publiquei aqui para vocês na ordem em que teriam ido ao ar caso eu tivesse como publicá-los na hora em que terminei de escrever...

É um montão de publicações de uma vez só, eu sei... considerem isso meu Bobage Pack Holiday Special :) Viram como me preocupo com vocês, mesmo às vezes duvidando que haja algum "vocês" aí fora? Deixem de ser tímidos, apertem aquele linkzinho ali em cima que diz "Envie um comentario", e mostrem que estão aí. Não condiciono a existência do Blog a isso, mas garanto que escreverei mais feliz sabendo que vocês lêem :) A internet é assim, rapaziada, leu, refletiu em cima, criou opinião, agora divulgue-a! Direito de resposta já! Meio de comunicação bidirecional forever!!

Ai ai, acho que o clima revolucionário estudantil de Les Miserables ainda está ecoando em minha cabeça. Aliás, sei que já disse isso, mas ASSISTAM o espetáculo. Não deve absolutamente nada à Broadway ou ao West End.

Daqui vai ser mais chato atualizar o Blog, mas vou tentar mantê-lo com alguma frequência. De resto, é bom estar entre família de novo, ao menos por um tempinho. Muitas novidades aqui que guardarei para ir contando aos poucos.
Abraços a todos,

Wind

(escrito dia 17 de Novembro de 2001, às 16:52h)

LES MISERÁBLES TÁ LINDO!!!!!!!!! Chorei até pelas orelhas... e ainda fico meio bolado quando lembro. Não sei se eu to de TPM eterna, mas eu ultimament eme emociono com tudo. Imaginem então com um espetáculo desses, que já emociona por definição.

Saindo de lá, perdido em Sampa, muito tarde pra pegar o ônibus pra casa, resolvi conhecer o tão comentado Madame Satã. O lugar é simpático, a pista é um breu, e o repertório musical me lembrou as noites de Jungle Brothers lá em Brasília (claro que, cronologicamente, o Madame precede a Jungle, mas foi na Jungle que tive meu primeiro contato com uma boite gótica.)

Qual não foi minha surpresa quando, no meio da madrugada, esbarro com minha mamãe, a original, que achei que tinha me abandonado pra sempre no mundo. Sim, senhores, a Binha ainda vive, continua ruiva, fumando Marlboro (mas ainda não dominou o mundo), e mãezona como sempre :)

Saí de lá às 6:00h, vários drinks esquisitos depois, inclusive uns que pegavam fogo e tudo, pra catar o infame "busão" (a violência em São Paulo atingiu uma modernidade e institucionalização enormes. Você é assaltado em R$1,40 cada vez que precisa passar pela catraca de um ônibus urbano...) pra voltar pra casa. Lugarzinho nostálgico... tô ficando hospedado no mesmo condomínio em que morei durante a época mais trash da minha vida. Revi a banca de onde eu afanava gibis semanalmente, a rampinha de entrada do meu prédio onde um maluquinho de 17 anos encostou uma faca na minhas costas a 5 metros do segurança... ai ai, os bons tempos se foram.

Sem mais inspiração pra escrever qualquer coisa, vou sair para ver a Morango e o Moon. De lá eu zarpo direto pra Floripa. Mais um ônibus, mais uma viagem. Lá vamos nós de novo.

Wind

(escrito dia 16 de Novembro de 2001, às 10:32h)

P.S.: E eis o que aconteceu: eu dormi!!!! Acho que o impacto foi muito grande para meu organismo e ele simplesmente desligou... :P

Wind
(Escrito dia 16 de Novembro de 2001, às 00:05h)

Idéias. Sensações. Sentimentos.

Palavras sendo derramadas rudemente sobre um papel antes tão limpo... e para quê? Nós sempre mantemos uma pista do que nossos sentimentos querem dizer, mesmo quando fingimos a nós mesmos que não sabemos o que nos ocorre...

Mas há essas vezes em que simplesmente paramos de entender. Simples assim. Conseguimos analisar perfeitamente as nuances do que estamos sentindo, mas não sabemos o que é. E, mesmo diante de uma segunda análise levando-se em conta a possibilidade óbvia que descartamos a princípio por não nos deixar à vontade, ainda não há conclusão satisfatória.

Como será que isso acontece? Como será que nossa alma às vezes dribla nossa compreensão tão eficientemente? E para que servem estes momentos, se é que há para tudo uma razão?

Há um gosto amargo de desapontamento em meu ego. Não é agradável ficar no escuro quanto aos sentimentos de uma pessoa, imagine quando a pessoa em questão sou eu mesmo! Falta-me a percepção mais básica, mais vital. Se não me entendo, em que basearei o entendimento do resto do mundo?

É engraçado como eu fico em momentos assim. Parece que não tenho emoções, ou, analisando muito superficialmente, que estou deprimido. Mas o processo interior é mais complicado. É como se nenhuma emoção "engatasse". O ímpeto surge, e imediatamente a parte lógica da mente o abranda para examiná-lo, coloca-o numa coleira e o disseca, na esperança de voltar a compreender essa força estranha e selvagem que são as sensações.

Nessas horas, busco maneiras de me emocionar de forma segura e um tanto óbvia. Fico excepcionalmente susceptível à música, aos filmes, às imagens. Me emociono mais com poesia e com harmonias do que o usual. Talvez porque essas emoções sejam de certa forma fabricadas, elas passam na alfândega, e eu me agarro a elas instintivamente. Hoje é uma noite perfeita para, por exemplo, ler o livro de Neruda que ganhei da minha querida amiga e poetisa Déia, ouvindo Debussy talvez. O único problema - se é que classifica-se como problema - é que hoje o meu estado emocional calhou de acontecer durante uma viagem, outra situação forte na minha vida e de efeitos muito particulares no meu humor. Como será que isto se desenvolverá? A mistura de sentimentos confusos, uma viagem, Neruda e Debussy me parece fatal como um coquetel Molotov aceso. Não faço a mais remota idéia de quem ou o que eu serei quando o sol raiar amanhã - ou se serei.

Acho mais saudável não tentar prever ou adivinhar. Vou recostar a cabeça, abrir o livro, apertar o play, esperar o ônibus se mover, e ver o que acontece...

Wind (16/11/01).

15.11.01

Yaay!! A festa continua....

Mais tarde eu escrevo qualquer coisa
Eu, Ninja, Coisa, e a bebida :) Foi uma noite interessante. Ao menos eles não me abandonaram.... mas não há de ser nada, vou me embora pra passárgada, curar as feridas tão cirurgicamente infligidas em minha alma.... ou não. Quem se importa? Certamente, não vocês.

Wind

14.11.01

Hoje aconteceu de eu estar afim de dissertar sobre um assunto, mas desistir porque uma letra de música já dissertou sobre ele bem melhor do que eu....
Então, para aqueles que se importam, aí vai ela... minha música preferida do Guns de todos os tempos, e que sempre me faz ficar pensativo, especialmente a última parte da letra...

Coma



Hey you caught me in a coma
And I don't think I wanna
Ever come back to this...world again
Kinda like it in a coma
'Cause no one's ever gonna
Oh, make me come back to this...
world again
Now I feel as if I'm floating away
I can't feel all the pressure
And I like it this way
But my body's callin'
My body's callin'
Won't ya come back to this...
world again
Suspended deep in a sea of black
I've got the light at the end
I've got the bones on the mast
Well I've gone sailin',
I've gone sailin'
I could leave so easily
While friends are calling back to me
I said they're
They're leaving it all up to me
When all I needed was clarity
And someone to tell me
WHAT THE FUCK IS GOING ON
GODDAMN IT!

Slippin' farther an farther away
It's a miracle how long we can stay
In a world our minds created
In a world that's full of shit

Please,
understand me
I'm climbin' through the wreackage
Of all my twisted dreams
But this cheap investigation just Can't stifle all my screams
And I'm waitin' at the crossroads
Waiting for you
Waiting for you
Where are you?

No one's gonna bother me anymore
No one's gonna mess with my head no more
I can't understand what all the fightin's for
But it's so nice here down off the shore
I wish you could see this
'Cause there's nothing to see
It's peaceful here and it's fine with me
Not like the world where I used to live
I NEVER REALLY WANTED TO LIVE

(e agora, a parte que mais me toca...)

Ya live your life like it's a coma
So won't you tell me why we'd wanna
With all the reasons you give it's
It's kinda hard to believe
But who am I to tell you that I've Seen any reason why you should stay
Maybe we'd be better off
Without you anyway
You got a one way ticket
On your last chance ride
Got a one way ticket
To your suicide
Got a one way ticket
An there's no way out alive
An all this crass communication
That has left you in the cold
Isn't much for consolation
When you feel so weak and old
But if home is where the heart is
Then there's stories to be told
No, you don't need a doctor
No one else can heal your soul
Got your mind in submission
Got your life on the line
But nobody pulled the trigger,
They just stepped aside
They be down by the water
While you watch 'em waving goodbye

They be callin' in the morning,
They be hangin' on the phone,
They be waiting for an answer
but you know nobody's home,
And when the bell's stopped ringing
It was nobody's fault but your own

There were always ample warnings
There were always subtle signs
And you would have seen it comin'
But we gave you too much time
And when you said
That no one's listening
Why'd your best friend drop a dime
Sometimes we get so tired of waiting
For a way to spend our time
An "It's so easy" to be social
"It's so easy" to be cool
Yeah it's easy to be hungry
When you ain't got shit to lose
And I wish that I could help you
With what you hope to find
But I'm still out here waiting
Watching reruns of my life
When you reach the point of breaking
Know it's gonna take some time
To heal the broken memories
That another man would need
Just to survive

Wind (na verdade, Axl Rose. Ah. Cês entenderam)

13.11.01

Bem, nada de mais interessante aconteceu hoje que merecesse uma nova postagem. Exceto pelo fato que minha maezinha querida também começou um blog (apenas esclarecendo, minha "mãe" de internet, não a biológica. O Futuro tem dessas coisas...). Acho que é temporada de Blogs... ou talvez as pessoas estejam procurando se expressar mais ultimamente. Isso é bom. Chega de segredos, vamos todos publicar nossas opiniões e sentimentos. O mundo se tornará um lugar alegre e feliz!! Pessoas sorridentes saltitando pelas ruas!!! Uma orgia de cores e sons!!!!!!!!!!
Cof, gasp, er... desculpem a empolgação homossexual, é o sono. De qualquer maneira, começa mais um dia de labuta. Pros outros, q eu sou vagabundo e passo o dia todo coçando saco :) Até o dia que resolverem voltar às aulas naquela poioca....
Sem mais.

Wind

12.11.01

É, como vocês podem ver, tomei vergonha na cara e arrumei um template melhor! Agora além de mais clean e sem aquela bola do Epcot gigantesca atrás, meu blog está REALMENTE com o link para a página da Isinha (foi mal maninha, eu apanhei do editor pra colocar aquilo lá!), e de quebra mais um link para o novo blog da DecCa, minha querida amiga, uma loira de 1,80m, olhos azuis cristalinos como gelo, linda, gostosa e, desafiando os clichés, inteligente e interessante, como vcs poderão ver na página dela ;) (Cincão pela propaganda, Déia!)
Fora isso, acho q vou descer e comprar uma bela pizza, pq em dias que vc passa sem fazer nada, dá uma fome do cão! :) Vejo vcs mais tarde. Ou não.
Abraços,

Wind
Milênios se passaram.... e Imhotep (ops, digo, Windblow) volta à vida :) Ao menos à vida publicada :P

Isso deve se dever ao fato de pelo menos umas 3 pessoas diferentes terem dito a palavra "Blog" para mim hoje. Uma delas, inclusive, minha linda (e ruiva!) irmãzinha, cujo Blog passa a figurar na minha seção de links para, bem, Blogs :)

É inevitável ler o texto ali de baixo e pensar em como as coisas mudam... passaram-se o que, dois meses? E a situação é completamente outra...:) Acho que é porque é assim que é a paixão, um dia ela está lá, no outro foi visitar a tia que mora em Ibitipoca e nunca mais volta....

E ultimamente eu tenho vivido de uma maneira muito intensa para escrever em poucas linhas de um Blog ;) Mas posso adiantar que, apesar de não ter começado a usar nenhuma droga ilícita, eu adquiri uma experiência muito grande em se tratando de períodos de euforia, seguidos de uma enorme depressão. É engraçado como qualquer coisa pode ser uma droga para a alma. E os períodos de depressão acontecem de uma tal maneira que apenas uma outra "dose" parece te tirar do fundo do poço.
E assim aumentam os períodos vivendo fora de si, fora da sua realidade, e consequentemente agindo fora dos padrões. Sua vida fica caótica. Não se tem controle sobre si mesmo, e não se tem controle sobre as coisas a seu redor. Mas quando se está "alto", isso tudo está bem. É tudo justificável e é tudo bonito. Mas nas horas em que o chão atinge você, vindo de qualquer lugar, você olha para trás e não sabe o que dizer, ou fazer, ou pensar. E não sabe onde você está. Deve ser como acordar um dia, largado numa sarjeta no meio de uma cidade desconhecida, próximo de um bar onde vende muita bebida, sem saber como foi parar ali, que dia ou horas são, ou sequer o que está acontecendo, mas com uma imensa vontade e disposição para sentar no bar e beber o estoque todo....
E a droga, mesmo não sendo substancial, está sempre a sua disposição uma vez que você aceitou a primeira dose. É incrível, mas é verdade. Talvez ela sempre estivesse ali e vc nunca tenha notado, mas que vc não tira os olhos dela nunca mais, não tira.
Outro efeito terrível de ficar embriagando a alma o tempo todo é que você se sente anestesiado. E finalmente eu entendi porque quando eu ia no dentista quando era pequeno, e saia de lá com a língua ou a bochecha anestesiada, minha mãe ficava no meu pé o tempo todo para eu não ficar mordendo... quando não se sente nada, é fácil ficar se machucando. Inclusive, isso gera um certo fascínio. A gente se diverte enfiando a faca na própria barriga e não sentindo nada... mas quando o efeito do anestésico passa... aí a dor vem, e vem com tudo, tão forte que pode causar um choque no sistema nervoso e te deixar torto o resto da vida ou matar. Isso quando a gente não morre lentamente ainda anestesiado, vai sentindo um sono súbito, gostoso, um friozinho....
Talvez seja essa a maneira menos dolorosa de morrer, mas é virtualmente impossível estar anestesiado 100% do tempo. E quem tenta, fatalmente falha. E a volta à realidade é proporcionalmente pior.
De qualquer maneira, um papo mórbido desses pode assustar o querido leitor. Não temais, ó espectadores. Apesar das divagações, a vida continua. E espero que eu tenha mais material provido dela para expor aqui, nesse espacinho reles e inútil de reflexão, pensamento e, é claro, muita bobagem :P
E quanto à depressão, nada que uma outra euforia passageira anestésica não cure! ;)


9.10.01

É inegável. Não há remédio para um homem apaixonado.

Hoje é um daqueles dias em que você se olha no espelho e não consegue compreender a figura esquisita que vc vê. Quer dizer, compreende, mas não consegue definir a lógica que essa coisa segue.
Eram 4 am, e eu voltava de uma noitada num 433. Depois de ter aguentado um senhor de 50 anos, trêbado, falando um monte de coisa sem sentido na nossa mesa de bar, eu e um amigo tomávamos o rumo de casa. Quando sobe no coletivo uma ruiva. Lindinha. Não do tipo de parar o trânsito, longe disso, mas certamente do tipo que você nota logo que sobe no ônibus. Ou notaria, se você não estivesse pensando em outra pessoa. Completamente embriagada, ela chega cambaleando para pedir um cigarro. Meu amigo, fumante, ofereceu o cigarro a ela e puxou assunto, enquanto eu observava me divertindo com o flerte de ambos. Ela diz que estava no Rio Sul, queria ir para a Lapa e pegou o ônibus no sentido errado. Ele se oferece para levá-la aonde ela quer ir. Eu sorrio, pensando que ele faturou ela. E eis que ela senta... do meu lado. Ou deveria dizer, EM CIMA de mim?
Nessa hora a coisa ficou óbvia. A menina se escorava em mim e virava-se para me encarar de 5 em 5 segundos. Meu colega riu, obviamente pensando exatamente o que eu tinha pensado momentos antes. Apenas que..... eu não QUERIA ficar com ela.
Eu analisei os fatos. Eu estava ali, solteiro, desimpedido, com uma mulher bonita, que caiu de para-quedas no meu colo, e querendo me agarrar. Situação que eu JAMAIS imaginei que fosse possível, ou ao menos que fosse mais provável do que acertar na Sena acumulada. Agora estava ali... e eu não queria!
Não pude evitar de me perguntar o porquê disso. Por que esse compromisso com alguém que não tem compromisso comigo? Por que fidelidade a alguém que assumidamente não me quer, logo eliminando o sentido da palavra "fidelidade" entre eu e ela? Por que?
Porque eu sinto assim. Porque meu coração é assim. Eu não estaria traíndo ela, mas estaria traíndo o meu sentimento, estaria traíndo meu código de conduta, que mesmo que às vezes pareça ser antiquado, inadequado ou idiota, é o que eu acredito. E se aquilo tudo fosse senão um teste? Estaria eu disposto a arriscar arruinar tudo pelo que venho lutando em um piscar de olhos, só para ter algo que eu nem realmente sentia necessidade, mas que "seria o lógico a se fazer"??
Não, não estaria. Nem estava. Nem estou. Meu amigo riu muito quando eu dei um fora na menina e ela ficou puta. Me chamou de lado e me disse que ia me zoar para o resto da vida. Paciência, eu realmente sou passível de ser zoado, admito. Qualquer outro na minha situação faria o óbvio. Mas é um precinho besta a se pagar para não ser qualquer outro. E ao final das contas, me sinto bem por ter agido de acordo com meu coração, e até mesmo orgulhoso por não ter hesitado nem por uma fração de segundo.
Eu sou um homem apaixonado. E, para esses, é sabido que não há remédio.....

7.10.01

Aviso a todos, importantíssimo:

Nunca, em hipotese alguma, faça algo classificado de modo geral como "errado". Não importa o quanto os motivos pareçam nobres, ou o quão fora do seu alcance pareça a situação. A polícia do karma atira para matar.

2.10.01

E cá estou eu, ao começo de mais uma semana, e ora vejam: me deu vontade de escrever para o Blog :)

Deve ser porque minha irmã comentou hoje comigo que andou lendo essa página... e sabe como é, me deu aquela sensação de que realmente há um público para isso aqui (sem ofensas a vocês outros fiéis leitores, mas é que foi um feedback mais direto.), e eu me senti na necessidade de escrever alguma coisa, afinal tem gente que realmente gasta pulsos telefonicos e tempo para vir aqui ler essas bobagens.
Pois bem, eu vou agradecer a vocês, fiéis leitores (ok, ok, a vocês, desavisados e desocupados que entram aqui uma vez na vida e outra na morte) por darem sentido ao meu esforço de escrever aqui coisas que não façam vocês sentirem sono ou vontade de mandar um mail-bomb para mim. Aliás, isso seria um bom teste. Aqui vai moçada, meu e-mail para vocês comentarem essa página. Assim eu até me empolgo mais e continuo escrevendo, ou fecho ela de vez dependendo das reações :)
the_windblow@hotmail.com
Sintam-se livres para atolar a caixa de mensagens com coisas positivas e úteis. Nada de correntes ou mensagens "positivas", ouviram rapazes? Atenham-se a comentar ou xingar o conteúdo desta pagininha. :)
E até a próxima!!

24.9.01

Muitas personalidades ao mesmo tempo querendo escrever! Meu cérebro finalmente deu erro de paginação. Vou resetar.... Até o dia q eu voltar!

23.9.01

Você já teve um daqueles pesadelos ruins, mas ruins mesmo, aqueles que pegam você pelo estômago e esmagam, que procuram seu medo subconsciente mais terrível e medonho e o esfregam com vontade na sua cara, aqueles que você se sente enauseado e desnorteado pela quantidade de merda que ocorre, e que quando você acorda, você está chorando?
Pois você tem sorte de sempre acordar. E se por um acaso você não acordasse do sonho? E se aquilo tudo fosse REAL e não tivesse volta? Nada de botão de reset, nada de "ufa que susto, foi tudo um sonho", nada de tudo de volta ao que era antes?
Existem dias como esse, dias como hoje, que merecem ser apagados da existência. Não da folhinha, não da memória. De toda a maldita linha temporal.
Dias em que você consegue atacar TODOS que passam a um metro de você, apenas porque sua besta quer sangue. Apenas porque você está com uma urgência interior de subverter todas as regras de vida em sociedade, e encare, apenas porque você quis.
Nós sempre nos escondemos atrás de qualquer desculpa subjetiva, como "não estou bem", "acordei com o pé esquerdo", "Tô de ovo virado", e outras babaquices similares que no fundo só significam que a sua agressividade está à flor da pele e você precisa descontar em alguém. E para não ter que eleger ninguém e parecer parcial, você simplesmente ataca todo mundo.
Talvez se o ser humano ainda tivesse que caçar por sua comida ou lutar com pedaços de osso por um lugar para morar, as coisas fossem diferentes. Talvez se nós não acreditássemos que cada ser humano na face da terra merece ser tratado como igual, não fosse assim. Isso me faz pensar se nos países de religião islâmica, onde se elege um secto da humanidade para odiar e descarregar a agressividade a esmo, os verdadeiros amigos não são bem mais verdadeiros do que os nossos... Talvez por eles canalizarem esse instinto destruidor e violento para um outro lugar, aos amigos sobre apenas os bons sentimentos, o companheirismo e a fraternidade. Duvido que algum daqueles terroristas suicidas árabes jamais tenha brigado com algum amigo ou parente por bobagem. Como nós, ocidentais esclarecidos e civilizados, fazemos volta e meia. E não conseguimos conviver com a culpa depois.
São dias como esse que merecem realmente serem esquecidos por todos, pela coletividade humana. Mas infelizmente, eles ficam grudados como chiclete recém-cuspido na sua cabeça, e ainda tomam o lugar de alguma lembrança boa e longínqua da sua infância. Mas o que se pode dizer disso?
O melhor é não dizer nada. Segue-se em frente, e das duas uma: ou se redime o erro com acertos, ou se leva isso para o túmulo. É o mínimo que nós merecemos.

22.9.01

Hmmm... gente, eu ainda estou vivo tá?

Esses últimos dias eu tenho viajado muito e saído de casa todo dia, não tenho tido ânimo para escrever de noite... mas um dia eu volto. Vocês ainda não ouviram de mim pela última vez... não senhores ;)

Fui

12.9.01

Inacreditável

Minha falta de ânimo para escrever continua, mas hoje é um dia que não passará em branco em nenhum BLOG, Homepage ou agenda que seja, do mundo todo.
Hoje é um daqueles dias sobre os quais livros serão escritos, filmes serão feitos, que as crianças vão aprender na sala de aula como se sempre tivesse sido assim desde o início dos tempos...
Mas não foi. Hoje aconteceu hoje, e todos nós presenciamos. Ao vivo. E poucos se deram conta que, dentro daqueles dois blocos de concreto e vidro que pegaram fogo até eventualmente desmoronarem, haviam 20 mil pessoas, tão culpadas quanto eu ou você, que naquela manhã tinham saído de casa para o trabalho, num desses movimentos peristálticos da alma em que a gente nem presta mais atenção, e foram pulverizados. Alguns explodiram, outros queimaram, outros sufocaram, outros cairam de 110 andares de altura para virar pasta no chão debaixo de toneladas de escombros.
E nós vimos isso. Nós assistimos. Olhamos para lá e eles ainda estavam vivos, e no momento seguinte, não estavam mais. 20 mil pessoas. Grávidas, crianças, velhos, inocentes.

Que Deus (e Alá, e todas as outras infinitas manifestações do poder superior) perdoe a todos nós.

5.9.01

É incrível como embora eu tenha muitas coisas para falar aqui ultimamente, a paciência para escrevê-las foi viajar e não volta cedo.... deixo uma entry aqui apenas para avisar que estou vivo. Não muito, mas estou :)

E recomendo a todos o Bufo & Spallanzani.... ótimo filme.

C ya.

31.8.01

Hoje em edição especial eu venho incompleto. Mandei o Rafael dormir mais cedo, sem jantar, por ter sido malcriado. E uma vez que eu, Windblow, tenho poucas chances como essa de me expressar na pura condição de máscara, vou aproveitar para fazer um pequeno discurso que puxa a brasa para minha sardinha. Mas, ora sejamos francos, qualquer discurso puxa a brasa para a sardinha de ALGUÉM. E eu sempre tive uma ou duas coisinhas interessantes a dizer sobre nós, máscaras, e nosso significado para a sociedade.


Antes de qualquer coisa, vamos redefinir "máscara". Uma máscara, o objeto físico, é um pedaço de pano, cartão ou madeira, usado para ocultar o rosto da pessoa e colocar por cima uma expressão fabricada, artificial. Bem, nós "máscaras", entre aspas, estamos longe de sermos artificiais ou fabricadas. Somos mais como um filtro. O que mostramos não é falso. Ninguém usa um arquétipo social mais do que levemente diferente do que é por dentro. Ninguém finge ser o que não é, pois isso fatalmente seria um charlatanismo de fácil detecção exceto entre pessoas que realmente sabem representar. Não, as pessoas FILTRAM o que elas são, e exibem a parte socialmente aceitável. Utilizam a experiência de vida, o know-how, e a percepção, para deixar transparecer apenas aquela seleção de características que lhes parece a ideal. Ou seja, nós não somos uma imagem falsa, apenas uma imagem INCOMPLETA. A melhor metade. Estritamente o necessário, sem excessos.

Então por que essa idéia errada de que as máscaras são fantasias que escondem uma realidade terrível e assustadora, uma besta interior, sempre cheia de pecados capitais e instintos animais que ofendem a beleza da nossa sociedade utópica? Bem, para começar, a maioria dessas coisas terríveis e socialmente vetadas são inerentes a QUALQUER ser humano. E vire-se para controlar. Tudo bem, a gente filtra como pode, afinal são milênios de prática acumulada e repassada pela memória genética e pela educação... mas, permitam o desabafo, é uma tarefa injusta e ingrata! Assumindo-se , apenas para efeito ilustrativo, que nós máscaras habitemos a mente, e a verdadeira essencia se localize no coração. Nós aqui em cima temos o controle total sobre ar. Somos feitos de puro ar. Mas o outro lado de lá tem toda a terra, água, e - para nosso desespero - fogo. Nós temos a sapiência, eles têm a teimosia.
É como um bando de paraplégicos tentando controlar um elefante desenfreado. A única coisa que se pode fazer é tentar convencer o elefante de que está tudo bem. Enquanto ele acredita, maravilha. Ele é assim meio tapado mesmo, e estando dócil, é fácil controlá-lo e convencê-lo a ir numa certa direção. Isso é o que acontece a maior parte do tempo. Agora, quando ele cisma com alguma coisa e quer ir para o lado errado.... nem toda a lábia do mundo consegue segurá-lo. Ficamos à mercê do monstro instintivo e destruidor, tentando acalmá-lo com palavras que ele no fundo não entende, e torcendo. Muito.
A solução, diriam alguns, é então trancafiar o elefante numa jaula de ferro e deixar ele lá. Mas como eu disse antes, a mente sem o coração é paraplégica. Precisamos dele para irmos a algum lugar. A vida inteira nós buscamos a maneira mais competente de utilizar o elefante sem perder o controle dele. Essa busca por equilíbrio é milenar e nobre, e embora seja uma conclusão óbvia agora, muita gente envelhece e morre sem perceber que precisava ter feito essa jornada. E não importa o quanto nós tentemos, uma pequena falha, um pequeno deslize, e até mesmo uma convivência mais estreita com qualquer pessoa, revela pedaços da personalidade que tentamos esconder e isso é suficiente para destruir anos de trabalho em construir uma imagem decente e alcançar um dado posto social. Ou seja, vai tudo por água abaixo.

Basicamente, era essa a reclamação. Nós, mentes pensantes, filtros de personalidade, nós, essência de ar, somos o lado mais fraco da corda da sociedade, sempre levamos a culpa, somos taxados de falsos, e ainda por cima, muitas vezes negligenciados e mal-alimentados por pessoas que não se incomodam em deixar o coração, com todo seu egocentrismo e tacanhez, agir livre e sem restrições. Longe de mim ser cético e anti-romântico. Há de se admitir a beleza da paixão arrebatada. Mas convenhamos, um amor forte e intenso só funciona quando filtrado pela máscara. Quando ele fica grande demais para controlarmos, ele fica doentio e destrutivo. A mesma coisa pode se dizer de ambição e determinação. Quando ela cresce demais, passa a ser ganância e falta de escrúpulos. E o que se ganha por deixar escapar o elefante? Decepções, desilusões, a imagem manchada, os laços sociais rompidos, e uma bagunça louca em casa que sobra para nós arrumarmos.
O melhor mesmo seria nunca se aproximar demais, nunca se envolver, nunca se tornar íntimo. Criar laços apenas estreitos o suficiente para que se vislumbre o nosso interior, nunca que se enxergue. A partir do momento inevitável em que a máscara começa a cair e a besta começa a estender as garrinhas, afastar-se e partir para outra. Seria perfeito, se ao menos fosse fácil manobrar o maldito bicho. Mas, verdade seja dita, não adianta nada dizer para ele "Não existem amendoins para aquele lado!". O monstrengo pode ser idiota, mas tem bom olfato....

29.8.01

Eu acordei com um objetivo: permanecer chapado da hora q eu acordasse até a hora q eu dormisse!

Bem, não consegui, mas eu tenho o mérito de ter tentado ;)

Beber desde a hora que acordou até altas horas da madrugada deixa a gente (no mínimo) estranho.... hoje seria um dia para poesias, não para BLOGs. Logo, retiro-me. Boa noite....

28.8.01

Um gremlin cor-de-rosa me disse ainda há pouco enquanto dançava a hula: "Ou você tenta dormir e não consegue, ou você escreve sobre o que você passou e não dorme".

Bem, eu obviamente fiz minha escolha, e esse texto é sobre peixes fora d`água e similares.


Numa semana que poderia facilmente ser intitulada "Guia Completo De Maneiras De Ter Sua Auto-Estima Esmigalhada" (e ela começou ontem! socorro!!), hoje eu experimentei uma nova e fantástica sensação de inferioridade, que na verdade não é nova, mas que há muito tempo eu não tinha o desprazer de vivenciar.
Vocês alguma vez já se sentiram deslocados? Quero dizer, sobrando mesmo? Não sobrando como em "ah, estão me desprezando então desprezarei de volta, eles não merecem o que eu tenho a oferecer", mas como em "eu não sei o que estou fazendo nesse lugar, isso tudo é muito maior do que eu e eu sou um idiota de achar que faço alguma diferença ou que tenho algum direito de estar aqui". Em outras palavras, vocês já se sentiram pequenos e mesquinhos diante de algo que transcende vocês?
Pois é assim que eu estou agora. Abençoado seja o whisky, que trata de passar fogo em qualquer neurônio rebelde que insista em ficar gritando coisas. O melhor mesmo nessas horas é sair com o rabo entre as pernas e ficar calado, e quem sabe as pessoas esqueçam o quanto você é fútil e, talvez, você possa ganhar sua ilusão de significância de volta amanhã, se for um bom menino.
É como pensar em um mortal que vive e anda no Olimpo. As divindades até dão atenção a ele eventualmente, conversam com ele, deixam ele sentar na mesa do café com elas.... Ele se sente importante, grande, significativo. Mas, às vezes, as divindades têm algo sério em mente que não frivolidades diárias, e nesses momentos, eles ignoram completamente a presença do mortal ali entre eles. E ele, que se julga à altura dos deuses, como se sente, ao ser incapaz de ser notado quando os assuntos ficam sérios? Afinal, esse mortal não anda mais entre mortais, acostumado que está com a companhia de deuses. Mas também não é um deus, e não pertence ao panteão. Qual é o lugar dele? O que ele é afinal? Não teria ele, ao final, se tornado insignificante tanto para deuses quanto para mortais?
Escapando dessa subjetividade insandecida, tenho a dizer que a pior coisa do mundo é não significar para alguém nem um terço do que essa pessoa significa para você. Você pode até ser bem-prezado, querido, se sentir um igual a maior parte do tempo. Mas fatalmente, uma hora a coisa pega. Uma hora você percebe que a relação é unilateral, e que o que você está oferecendo, a pessoa tem melhor e em maior quantidade vindo de outro lugar. E você se ferra, pois você não recebe nem metade do que ela te dá de qualquer outra pessoa. E aí? O que fazer? Como evitar de achar que você foi um irresponsável, louco, cego e mesmo burro, a ponto de entrar numa roubada dessas? Não, meu amigo. Longe disso, a única coisa que você consegue na hora é se sentir incompetente e incapaz. Onde foi que você errou? Onde você falhou, onde foi negligente, onde foi descuidado? E aí você nota: não foi. Você deu o melhor de si, e o melhor de si não foi suficiente. Pegaram seu precioso melhor de si e chutaram para escanteio.
É a dura realidade, irmão. Você não foi feito para aquela pessoa, e aquela pessoa não foi feita para você. Infelizmente. Por mais que a poesia e o romantismo digam o contrário, por mais que você se recuse a acreditar, não foi. Ela quer o que você não é, muito embora talvez você queira ser com todas as suas forças. E se você quer o que ela é, só lamento. A vida tem ganhadores e tem você.
Talvez o melhor mesmo seja encher a cara, dormir, e quando acordar fingir que nada aconteceu. Tudo vai voltar ao normal e você pode se convencer de que foi tudo um erro, um lapso, ou até invenção da sua cabeça. Que você é importante e que você é necessário e tudo o que você queria ser para o outro. Ignorance is bliss, mesmo a ignorância seletiva. Dói menos a curto prazo, e a longo prazo, você pode sempre botar a culpa na situação.
Mas tem vezes que simplesmente não dá. Tem vezes que o melhor mesmo é ir embora e não voltar nunca mais, e passar o resto da vida se agarrando à idéia de que você está fazendo falta, muito embora no fundo você saiba, e já tenha sido avisado milhões de vezes, que não vai estar. Às vezes o orgulho fala mais alto, e você inventa para si um valor provisório e irreal, combustível adulterado para o ego, e taca o pé na estrada. Não se enganem, essa solução é tão ruim quanto a primeira. Existem sempre aqueles casos em que você realmente significava algo, e esses casos são mais frequentes do que nossa mente extremista consegue aceitar. A solução verdadeiramente correta é igualar a balança o mais rápido possível, e tornar a relação recíproca e saudável. Por mais que pareça a solução mais difícil das três (and indeed it is), é a mais correta e mais completa, como não podia deixar de ser. E acontece. Mais frequentemente do que se percebe.
E acima de tudo, um jogo só termina quando acaba. Qualquer emoção, qualquer situação, po mais líquida e certa que pareça, é só o presente. E já diria minha avó, "O futuro a Deus pertence". Portanto, faça como eu farei agora. Deite a cabeça, durma, durma muito, e acorde longe desse presente escroto que você está vivendo agora. Acorde no futuro e veja o que o destino deixou lá, num pacotinho, reservado para você. O máximo que pode acontecer é piorar. Mas isso SEMPRE é possível, logo... por que caralhos não arriscar?!

Espero não ter matado ninguém de depressão (por diversos motivos) ou de sono nesse texto. Mas é um desabafo, e ei, você lê se você quiser! O propósito da damn página é esse, né não?

Um bom dia/tarde/noite/whatever para vocês... câmbio desligo....
P.S.: Por que será que frequentemente eu tenho a sensação de que eu esqueci de pegar o Manual que deveriam me entregar na saída da maternidade? Eu devo ignorar totalmente alguma regra muito vital de comunicação entre pessoas...
É tão difícil assim de se enxergar o óbvio em mim?
Saco.
First and foremost, MOULIN ROUGE É MARAVILHOSO!!!!!! ASSISTAM!!!!!

Após um fim-de-semana agitado o suficiente para não ter tempo de atualizar isso aqui, estou de volta. Para dar um breve resumo do que eu fiz nesses dias tão sagrados da semana, sexta-feira fui com o povo ver Moulin Rouge, e o filme é tudo o que eu esperava que fosse ser. Esqueça o roteiro, o filme é uma sequência de orgasmos violentos, tanto auditivos quanto visuais. Saí do cinema levitando, minha alma de músico tão difícil de satisfazer estava plena.
Já no sábado, esqueci o que eu fiz :P e no Domingo, ia ter jogo mas apareceu todo mundo e mais um pouco aqui em casa, e acabou que não deu clima. Preferimos encher a cara e falar merda, e no fim da noite, como sempre acontece quando vc bebe, toda a sua felicidade de plástico quebra como brinquedo vagabundo na mão de criança arteira, e você se dá conta do nível de profundidade do poço em que você se atirou.
Hoje acordei com a máscara no lugar de novo. Fiz nada o dia inteiro na companhia do Coisa, o último sobrevivente do fim-de-semana ainda aqui em casa, e ainda há pouco descobri que meus professores não entraram de greve ainda. De modo que amanhã estou lá no Fundão de novo. Que beleza, hein?

Bem, isso era tudo o que havia de interessante a se dizer. Fiquem bem, vão pela sombra, escovem os dentes, e whatever else you desire.

Windblow signing of...

24.8.01

Só um adendo.... agora sim a data e a hora estão certas :PP É a página ganhando XP e subindo de nível.... (ai meu deus, essa overdose de RPG tá me fazendo mal!)
Véspera de teste de cálculo, e eu fiquei estudando.... Subitamente, a matéria fez sentido. Tanto que eu reservei essas últimas horas do dia para catar material pra minha aventura de Ravenloft do domingo. Estou me divertindo baixando material antigo que agora foi disponibilizado gratuitamente, além de uns Netbooks ducarai. É bom pra esquecer o estresse com o celular mais cedo. Nada que convenha comentar....

O Lalo tá no Rio, e parece que já arranjou lugar pra ficar! Mais um que é absorvido pela cidade que é o destino de todos os caminhos...;) Pelo menos ele escapou da outra metade da profecia e foi morar no Centro, e não no Flamengo. Mas isso é questão de tempo... em breve ele sentirá o chamado inevitável do bairro-esponja. ALL YOUR PEOPLE ARE BELONG TO FLAMENGO!!!!!! :D

Er, ahem.... mal o surto. Melhor voltar a ler sobre maneiras divertidas de ferrar a vida dos players. Até mais.......

23.8.01

Eis a situação: três semanas de aula depois, você descobre que não sabe nada da matéria. E você tem um teste pela frente, e precisa de qualquer maneira se interar do assunto. E você senta pra estudar Cálculo I e percebe que não vai ser uma semana divertida.....
Benvindo à faculdade, eu suponho. É o que me diriam. De qualquer maneira, não posso escrever muita coisa hoje, as demonstrações, derivações e limites me aguardam. E é melhor eu ir senão ferrou mesmo....
Por que eu tenho a sensação de que esses dias vão se repetir por mais uns 5 anos?
Mistério.....

22.8.01

Não muito a dizer hoje... minha cabeça tá pra explodir. Vou pra cama mais cedo.....

21.8.01

...e no sétimo dia, Deus criou o tédio. E o tédio criou coisas maravilhosas pelos milênios que se seguiram.

Longe de mim achar que esse blog é uma criação maravilhosa, mas indubitavelmente, é resultado de um profundo e mordaz tédio. E eis que eu, em mais uma das minhas insones madrugadas (geralmente seguidas por uma manhã de profundo e irrevogável sono, ignorando-se que eu devia estar na aula), sozinho e tomado por essa força inspiradora que é o ócio, resolvo criar uma conta em um desses diários virtuais que agora estão na moda. E sabe, no fundo é divertido. É como escrever uma coluna em algum jornal. Verdade que a circulação é uma droga. Mas a sensação é boa....
Depois de muito raciocinar para criar um tíulo no mínimo idiota, agora me defronto com a oportunidade de finalmente escrever algumas palavras. Palavras que se converterão em código binário, que viajará por linhas telefônicas até o disco rígido de alguém em outro país, onde permanecerão gravadas, e às quais milhares de pessoas terão acesso. Portanto, é com profunda emoção que escrevo agora.
Inevitável pensar que em todos esses meus, quê, seis anos de acesso à internet, pela primeira vez eu terei com o que preencher o campo "homepage" dessas querys da vida. Nunca fiz uma página por não achar que tinha algo realmente importante a dizer, e também por preguiça. Mas o Blogger veio não só facilitar esse aspecto, como também provar que ter o que dizer é irrelevante. Fale alguma coisa e _alguém_ certamente irá parar para ler. Veja você por exemplo, que está aí provando essa teoria. Com tantos incentivos, foi fácil cair na vida de blogger. Difícil é fazer a coisa ficar interessante, mas isso vem com o tempo. Tempo esse que eu já tomei demais de quem quer que tenha tido paciência para essa introdução que, no melhor dos resumos, foi um nada.
É isso aí. A vida segue, o sono não vem e o dia amanhece. E eu vou embora. Espero ter cativado um público, ainda que pequeno, para essa página. Aguentem firme, pessoal. Um dia eu escrevo algo que preste.
Fim de Transmissão....